Pai de vítima de queda de avião critica atraso no traslado do corpo: ‘Tratada como mercadoria’

Ele alegou descaso da funerária com o translado do corpo da filha

Manoel da Rocha Neto, pai de Amélia Cristina Marques, terceira vítima fatal da queda do avião em Manoel Urbano, no interior do Acre, manifestou indignação com o tratamento dado pela funerária Morada da Paz após o falecimento de sua filha.

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Amélia ficou internada por dois meses/ Fotos: Reprodução

A biomédica faleceu na tarde da última sexta-feira (24) no Centro de Tratamento de Queimados (CTQ) do Hospital e Pronto-Socorro 28 de Agosto, em Manaus. O corpo chegou em Rio Branco às 23h da terça-feira (28) e foi sepultado na manhã da quarta-feira (29).

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Em entrevista ao Jornal do Acre 2a Edição, o pai de Amélia relatou que houve um atraso na chegada do corpo devido à documentação de traslado, o que impossibilitou o embarque imediato.

A funerária Morada da Paz, responsável pelo translado de corpos de pessoas que fazem Tratamento fora de Domicílio (TFD), ganhou o processo de licitação para o serviço. Manoel da Rocha criticou o atraso e afirmou que a família vai entrar com uma ação por danos morais contra a empresa.

“Chegou atrasado, sem a documentação, então não pode embarcar. Vamos entrar com ação com reparação de danos, mas tem que haver solução para isso, para que casos como esse não venham a acontecer. Não tem lógica, explicação para isso. Se faz a licitação, e eles conseguem entrar com a licitação, eles têm que estar fazendo um trabalho de responsabilidade”, lamentou.

Amélia estava em recuperação das queimaduras que sofreu na queda do avião, com cerca de 70% do corpo queimado. Mesmo após dois meses, ainda mantinha os braços enfaixados. No ambiente hospitalar, contraiu pneumonia, o que agravou seu estado de saúde rapidamente.

Indignado com a situação, Manoel da Rocha alegou descaso da funerária com a situação.

“Considero um descaso. O ser humano é tratado como uma mercadoria. Parece que o Acre não tem respeito e o que aconteceu com a funerária foi um absurdo, uma coisa que não deveria acontecer, principalmente com a família que aguardava o corpo”.

Emocionado, o pai da biomédica relembrou os bons momentos com a filha.

“A Amélia era uma menina extrovertida, alegre, comunicativa, tocava violão como ninguém, cantava na igreja dela. Ela tinha um desenvolvimento mental muito bom, falava com todos […] não vou ter mais o ‘benção, pai’, ‘tchau, pai”, aquele negócio. Ela chegava em casa, pedia a bênção, e quando saía dizia assim: ‘eu te amo, pai’. São as lembranças. Foram 28 anos, uma vida de sucesso, de alegria. Essas são as lembranças que vamos guardar para o resto da vida”, disse.

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