De seringal a Paris: conheça a história do atleta acreano que representa o Acre nas Paralimpíadas 2024

Em entrevista, ele revelou as suas origens no Acre e as dificuldades no início da vida esportiva

O Acre terá três atletas nas Paralimpíadas de Paris deste ano, que começam no próximo dia 28 de agosto.

Entre eles, o multicampeão e medalhista mundial, Edson Pinheiro Cavalcante. Aos 45 anos, ele compete na classe T37 (para atletas com paralisia cerebral) e tem entre suas conquistas ouro nos Jogos Parapan-Americanos em Lima 2019, bronze nos 100m no Mundial de Londres em 2017 e bronze nos 100m nos Jogos Paralímpicos do Rio em 2016.

Edson Cavalcante, atleta acreano/Foto: Reprodução

Nascido em um seringal no Cruzeiro do Sul, interior do Acre, ele teve uma paralisia cerebral logo ao nascer por falta de oxigênio no cérebro, o que prejudicou os movimentos do braço direito. Seu início no paradesporto foi no tênis de mesa, mas logo depois migrou para o atletismo.

Em uma entrevista concedida ao portal do Governo Federal, ele revelou as suas origens no Acre e as dificuldades no início da vida esportiva.

“Eu vim de uma cidade do interior do Acre, bem distante, um lugar em que a gente não tem muitas expectativas. Eu fazia trabalho braçal desde os dez anos, para ajudar a família. Já capinei quintal, trabalhei na roça, quebrei tijolo. Não me arrependo de nada, foi muito gratificante poder chegar até aqui. Fui crescendo, mudei para Rondônia, lá comecei a praticar o tênis de mesa, depois mudei para o atletismo. Eu não consigo pensar o que eu faria se não fosse o atletismo hoje”, contou.

Edson Cavalcante, oriundo de Cruzeiro do Sul, já ganhou medalha de bronze nas Paralimpíadas Rio 2016. Foto: Reprodução/Internet

“Meu pai trabalhava desde cedo no seringal, minha mãe trabalhava em casa. A gente nasceu em um lugar muito difícil para a criação, mas meus pais souberam me educar, me dar uma boa índole e ensinar a respeitar o próximo. Isso contou para cada passo da minha vida e, se eu estou aqui hoje, é mérito deles também”, completou.

Ainda durante a entrevista, ela comentou quais as maiores dificuldades enfrentadas no atletismo.

Edson Cavalcante disputou o Grand Prix de atletismo e Mundial de atletismo paralímpico — Foto: Divulgação/Instituto Athlon

 “A maior dificuldade é ficar longe da família. Eu tenho dois filhos, o menor nasceu em um dia e eu viajei logo no outro, então fiquei 15 dias longe dele. Para mim, é um dos maiores obstáculos, mas o atletismo representa minha vida. Hoje vivo atletismo, durmo atletismo, acordo atletismo, meus amigos são do atletismo, meus filhos nasceram do atletismo”, disse.

Edson é beneficiado pela bolsa atleta, do Ministério do Esporte. Ele é uma das apostas do atletismo brasileiro nas Paralimpíadas de Paris deste ano.

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