Nunes e Boulos deixam Marçal para trás e vão disputar o segundo turno em São Paulo

Atual prefeito teve 29,53% dos votos válidos, e candidato do Psol chegou a 29,02%; Pablo Marçal ficou de fora com 28,14%

A disputa para a prefeitura de São Paulo terá segundo turno entre os candidatos Ricardo Nunes (MDB) e Guilherme Boulos (Psol). Com 97,5% das urnas apuradas, o atual prefeito tinha 29,53% dos votos válidos. O candidato do Psol ficou em segundo lugar com 29,02% da preferência dos eleitores.

O ex-coach Pablo Marçal deixou a disputa para o segundo turno indefinida na maior parte da apuração, mas, com 28,14% dos votos válidos, não avançou na corrida para a prefeitura de São Paulo.

Ricardo Nunes e Guilherme Boulos estão confirmados no segundo turno da eleições para a prefeitura de São Paulo/Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil e José Eduardo Bernardes/BdF

Antes da totalização dos votos, mas com o cenário eleitoral já definido, Tabata Amaral (PSB) tinha 9,93%; José Luiz Datena (PSDB), 1,83%; Marina Helena (Novo), 1,38%; Ricardo Senese (UP), 0,09%; Altino Prazeres (PSTU), 0,05%; e João Pimenta (PCO), 0,02%;

Os dois candidatos que seguem para o segundo turno buscarão agora o apoio das legendas dos derrotados. Além da Federação Psol/Rede, a coligação de Boulos reúne a Federação Brasil da Esperança PT/PCdoB/PV e o PDT. Nunes aglutina, além do próprio partido, PP, PL, PSD, Republicanos, Solidariedade, Podemos, Avante, PRD, Mobiliza e União.

Maior exposição

No segundo turno em São Paulo, o eleitorado terá que escolher entre projetos políticos antagônicos: Nunes alinhado à extrema-direita de Jair Bolsonaro (PL) e Boulos à esquerda, com apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Até 27 de outubro, quando os eleitores irão novamente às urnas, os candidatos terão tempo igual de exposição em emissoras de rádio e televisão e também terão oportunidade de confrontar ideias e propostas diretamente.

O psolista possui mais experiência nesse enfrentamento eleitoral para o Executivo. Apesar de não ter ganhado em 2020, na disputa com Bruno Covas (PSDB), Boulos acumula experiências em campanhas majoritárias, inclusive à Presidência da República em 2018. Na campanha para prefeitura, em 2020, Boulos alcançou pouco mais de 40% dos votos válidos no segundo turno. Em 2022, para deputado federal, ele foi o mais votado no estado, com 1 milhão de votos.

Já Nunes nunca disputou uma eleição para o Executivo como cabeça de chapa. Ele era vice-prefeito de São Paulo e assumiu o cargo após cinco meses do início do mandato de Covas, que morreu, em 2021 em decorrência de um câncer no sistema digestivo. De 2012 a 2020, o emedebista ocupou uma vaga na Câmara de Vereadores. Nunes é dono de uma empresa de dedetização e controle de pragas, a Nikkey.

Durante o primeiro turno, Nunes esteve envolvido em discussões públicas acaloradas com Pablo Marçal, especialmente quando era questionado sobre o inquérito chamado de “máfia das creches”, que investiga desvios em contratos com Associação Amigo da Criança e do Adolescente (Acria). A suspeita da Polícia Federal é que Nunes tenha recebido repasses ilegais por meio de uma empresa “noteira” – que emite notas sem prestar serviços – que cuidava da contabilidade de algumas organizações sociais conveniadas pela prefeitura para administrar creches. O tema deve se manter no debate eleitoral.

Guilherme Boulos, que é professor de formação e integra a coordenação nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), exerce mandato como deputado federal. Ele terá que demonstrar ao paulistano a capacidade de gerir a maior metrópole do Brasil, que além de ter o maior orçamento, tem desafios que refletem o seu tamanho.

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