Enquanto o Velo Clube fez história ao pegar seu primeiro voo para um jogo fora do estado de São Paulo e por três vezes em 90 minutos conseguir buscar empates com o Tricolor paulista, nesta quinta-feira, o time do técnico Luis Zubeldía não decolou durante a passagem por Brasília. Ou melhor: andou para trás.
Depois de perder com os reservas em Bragança Paulista para o Red Bull Bragantino, o São Paulo usou o Mané Garrincha como casa para fazer dois jogos contra dois adversários de nível muito inferior, mas não conseguiu vencer nenhum: um 0 a 0 contra a Inter de Limeira, mesmo com um tempo inteiro atuando com 11 contra 10, e um 3 a 3 com o Velo, em que saiu na frente três vezes e levou empates.
Nos números, a três jogos do fim do Paulistão, o São Paulo segue numa situação controlada de classificação para as quartas de final. Só que o torcedor se preocupa majoritariamente com duas coisas: o clássico de domingo, contra o Palmeiras, no Allianz, e a sensação de involução do Tricolor.

Gol de Luciano em São Paulo x Velo Clube — Foto: Mateus Bonomi/AGIF
O São Paulo que venceu o Corinthians por 3 a 1 com enorme autoridade dentro do Morumbis, há menos de três semanas, parece ter sofrido perda de memória recente. Contra o Velo, com um time quase todo titular, Zubeldía escalou o quarteto ofensivo, mas Lucas Moura e Oscar viveram noite completamente apagada.
Calleri, com uma assistência em 45 minutos, e Luciano, com dois gols em 90 minutos, foram bem e decisivos, mas o Tricolor como conjunto foi uma equipe muito vulnerável desde o primeiro ataque do adversário bem treinado por Guilherme Alves, ex-atacante do próprio Tricolor nos anos 1990.
Os gols saíram em boas tabelas: Oscar, para Enzo, para Luciano; Calleri roubando uma bola e servindo Luciano; e, por fim, Luciano tocando a Patryck, que cruzou para André Silva. Chances criadas e feitas.

Lucas em São Paulo x Velo Clube — Foto: Rubens Chiri / São Paulo FC
Sem pegada no meio e cometendo alguns erros de combate, porém, o São Paulo viu Jandrei levar três gols – um deles depois de uma bola metida por ele na fogueira a Cédric. Com dez gols sofridos em nove rodadas, há claros problemas defensivos a serem corrigidos pela comissão técnica.
Com a visão de que o Estadual é seu laboratório, Zubeldía tem repetido ideias, apostado em jogadores com maior experiência e deixado para usar garotos só em momentos em que sente uma maior tranquilidade para suas entradas. Está tirando deles, talvez, a chance de viver coisas grandes.
Há três jogos sem vencer, o desafio agora é contra o Palmeiras, que fez 3 a 0 naquela Inter de Limeira jogando fora de casa e que ainda joga sua vida para classificar. Um duelo que promete fortes emoções pelo tamanho das duas camisas e pela pressão em ambos os times.
Com só um mês de trabalho desde a estreia na temporada, parece injusto cobrar de Zubeldía e de seus comandados um time perfeito, sem falhas e pronto para as competições. Mas a falta de resultados em Brasília incomoda torcida, dirigentes e jogadores. É preciso mostrar cedo ter capacidade para reagir.