O Ministério Público do Acre se manifestou a favor da retirada de cinco dos sete acusados do assassinato do ex-prefeito de Plácido de Castro, Gedeon Barros, do julgamento pelo Tribunal do Júri. Entre os nomes mencionados no parecer estão o empresário Carmélio da Silva Bezerra, conhecido como “Veio”, e Liomar de Jesus Mariano, apelidado de “Mazinho”. As informações foram divulgadas pela TV5.
O pedido, assinado pelos promotores Ildon Maximiano e Carlos Pescador, aponta a falta de provas concretas contra Carmélio, Liomar, Weverton Monteiro de Oliveira (“Bolacha”), Antônio Severino de Souza (“Pirata”) e Clebson Rodrigues do Nascimento (“Polaco”). Segundo o parecer, as provas reunidas não sustentam a participação desses réus no crime.

A previsão é que o julgamento seja realizado no primeiro semestre de 2025/Foto: Reprodução
O advogado de defesa de Carmélio, David Santos, reforçou esse argumento ao requerer a absolvição de seu cliente, alegando que a única acusação contra ele provém de uma delação sem fundamento.
Os promotores destacaram que o depoimento de João da Silva Cavalcante, réu colaborador, não foi confirmado pelas demais provas testemunhais e documentais. “As declarações de ‘Joãozinho’, que apontaram os possíveis mandantes e financiadores do crime, não foram corroboradas ao longo da investigação, o que coloca em xeque a credibilidade da delação”, afirma o documento.
Em contrapartida, o MP defende que Sairo Gonçalves Petronílio e João da Silva Cavalcante sejam submetidos a julgamento pelo Tribunal do Júri. Ambos são acusados de envolvimento direto na execução do ex-prefeito e responderão por homicídio qualificado.
A motivação do crime, segundo as investigações, estaria relacionada a dívidas da vítima e a uma apuração da Polícia Federal sobre desvio de recursos públicos na Prefeitura de Plácido de Castro. Testemunhas afirmaram que Gedeon Barros poderia estar protegendo envolvidos nesses desvios, levando os promotores a caracterizar o assassinato como uma possível queima de arquivo.
O parecer do Ministério Público será agora analisado pelo juiz da 1ª Vara do Tribunal do Júri, responsável por decidir se acata ou não a recomendação.
O ex-prefeito Gedeon Barros foi executado a tiros na manhã de 20 de maio de 2021, no estacionamento da SUFRAMA.