A Via Sacra é uma das mais antigas formas de se meditar a Paixão de Cristo. A expressão vem do latim e significa “caminho sagrado”. Literalmente falando, nada mais é do que o trajeto percorrido por Jesus Cristo com a Cruz às costas, desde o pretório de Pilatos, onde foi condenado à morte, até o Calvário, onde foi crucificado.
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Milhares de fiéis se reuniram na manhã desta sexta feira santa (15), em frente à Catedral Nossa Senhora da Glória, no centro da cidade, e seguiram até a Paróquia de Nossa Senhora Aparecida, na avenida 25 de Agosto, onde se encerrou a caminhada religiosa com a encenação da morte de Cristo.
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Ao longo do percurso houve momentos de oração, pedidos de fraternidade e paz e os devotos reviveram as 15 estações do calvário de Jesus até o sepultamento.
“Acredito que recordar o sofrimento de Cristo a caminho da crucificação é fundamental para o católico, porque leva à reflexão pessoal sobre como Deus se fez homem por puro amor ao ser humano, e não hesitou um minuto em sacrificar a si mesmo para trazer o perdão ao mundo inteiro. Deus nos ama incondicionalmente, com nossos fracassos, erros e acertos, mesmo que não retribuamos da mesma forma. Pelo menos uma vez por ano, é obrigação do cristão recolher, meditar e oferecer os nossos sofrimentos pessoais durante a Semana Santa, acompanhando Cristo desde a sua aclamada entrada em Jerusalém, até à sua dolorosa morte no Monte Calvário”, disse uma fiel.
O Bispo da Diocese de Cruzeiro do Sul, Dom Flávio Giovanelle, explica sobre os acontecimentos que levam essa data a ser lembrada e celebrada a tanto tempo:
“Na primeira Sexta Feira Santa da história, Jesus foi capturado a noite e durante a madrugada sofreu torturas e interrogatórios por parte das autoridades Judaicas. De manhã cedo foi levado a Pôncio Pilatos, que o interrogou e o encaminhou para Heródes, que por sua vez, debochou de Jesus e o mandou de volta para Pilatos, que então o condenou a morte e o mandou para a caminhada até o calvário. As primeiras horas da manhã foram de caminhada e sofrimento, até o momento que ele foi crucificado e morto ”. Dom Flávio deixa um questionamento a todos os cristãos: “como estou aproveitando de tanto sofrimento de Jesus, já que Ele passou por tudo isso e depois ressuscitou para nos salvar? Então, o nosso desafio é acolher essa salvação que Jesus nos trouxe”.
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Bispo da Diocese de Cruzeiro do Sul, Dom Flávio Giovanelle. Foto: Manoel Júnior
Dom Flávio também fala sobre sua felicidade em poder retomar de forma tradicional a caminhada da Via Sacra.
“ Depois de dois anos de pandemia, foi possível realizar a Via Sacra de forma tradicional, o percurso foi um pouco alterado em relação aos anos anteriores. Houve a participação de muitos fiéis, de todas as idades”, conclui.
O ritual religioso lembra o trajeto seguido por Jesus Cristo até o calvário, e integra a celebração da Semana Santa, que começou no domingo (10) e termina no domingo de Páscoa 17, com uma celebração especial na Catedral Nossa Senhora da Glória.