26 de abril de 2024

Estudo relacionada pesticida DDT a maior risco de câncer de mama

ddtÚtero

ddtUm estudo de cinco décadas feito com mulheres norte-americanas mostrou que aquelas que foram expostas a níveis mais altos do pesticida DDT no útero tinham quatro vezes mais chances de desenvolver câncer de mama.

É o primeiro estudo que liga diretamente o câncer de mama em humanos com o DDT, proibido em muitos países há décadas mas ainda amplamente utilizado na África e na Ásia.

“Há muito tempo se suspeitava que os produtos químicos ambientais podem causar câncer de mama, mas até agora poucos estudos em humanos tinham sido feitos para apoiar esta hipótese”, afirmou Barbara Cohn, do Instituto de Saúde Pública em Berkeley, Califórnia (oeste dos Estados Unidos) e coautora do estudo divulgado na revista científica “Journal of Clinical Endocrinology and Metabolism”.

 

Efeitos da década de 1960
Os pesquisadores examinaram um grupo de mulheres que foram expostas ao DDT no útero na década de 1960, quando o pesticida era popular nos Estados Unidos. Os dados provêm de um programa na Califórnia chamado Estudos de Saúde Infantil e Desenvolvimento (CHDS, na sigla em inglês), que analisou 20.754 gestações entre 1959 e 1967.

Os pesquisadores colocaram o foco em 118 mães que tiveram filhas que foram diagnosticadas com câncer de mama aos 52 anos.

Amostras de sangue armazenadas de 118 mulheres deram aos cientistas uma ideia do nível de exposição ao DDT que tinham quando estavam grávidas ou logo após o parto.

“Independentemente da história de câncer de mama na mãe, os altos níveis de DDT no sangue materno foram associados a um aumento de quatro vezes no risco de a criança sofrer de câncer de mama”, disse o estudo.

Sabe-se que os produtos químicos presentes do DDT são desreguladores endócrinos, que podem imitar ou interferir na função do hormônio estrogênio.

Pesquisas anteriores ligaram a exposição ao DDT a condições de saúde congênitas, redução da fertilidade e aumento do risco de diabetes tipo 2.

 

No Brasil
O DDT começou a ser usado no Brasil logo após o fim da Segunda Guerra Mundial. Naquela época, homens, sobretudo da região amazônica, conhecidos por ‘guardas mata-mosquitos’ ou apenas ‘soldados da malária’, foram recrutados para combater uma verdadeira guerra contra o mosquito vetor da malária e outras endemias.

Sem conhecimento e acreditando que o veneno era inofensivo ao ser humano, os agentes se embrenhavam na mata e tinham contato direto com o produto, usando apenas um chapéu de alumínio e uma farda.

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