18 de junho de 2024

Zen critica donos de escolas particulares e empresários exigem pedido de desculpas

Uma fala polêmica do deputado Daniel Zen gerou polêmica na sessão virtual da Assembleia Legislativa do Acre (Aleac), que aconteceu na tarde desta quarta-feira (22).

O parlamentar disse que os donos de algumas escolas particulares em Rio Branco vêm tocando terror nos professores, ameaçando reduzir salário após o decreto que pede a diminuição no valor de mensalidade, por conta da pandemia do coronavírus.

“O professor não tem culpa de nada”, comentou.

Zen pediu ainda a prisão destes que ele chemou de “barões do ensino privado”.

Nesta quinta-feira (23), o Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino Privado do Acre (SINEPE/AC) repudiou o posicionamento do deputado, em nota.

“Tendo o nobre deputado exercido o cargo de secretário de educação, acreditamos relevar a máxima que o maior bem como o melhor custo pago no ensino é exatamente o investido no professor. As instituições de ensino privado do Acre prezam e primam por cada um de seus professores e colaboradores, muitos deles compõem há décadas o quadro dessas instituições”, diz um trecho.

Ao final, o grupo esclareceu que todos os professores estão sendo valorizados da mesma forma, e que aguarda ansiosamente um pedido de desculpas por parte do político.

Confira na íntegra.

O Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino Privado do Acre (SINEPE/AC), repudia
veementemente o discurso do deputado estadual Daniel Zen (PT), emitido neste dia 22
de abril de 2020, que solicita a “prisão para donos de escolas”, posição esta que em
nenhum contexto pode ser explicada.

É oportuno lembrarmos que o setor educacional do Acre emprega diretamente cerca de
3 mil pessoas, sem contabilizar os prestadores de serviço e empregos indiretos. As
escolas trabalham com contratos anuais e possuem suas despesas fixas anuais,
principalmente com a folha de pagamento dos professores.

Ainda, por outro lado, houve um aumento das despesas com equipamentos da área
tecnológica para que fosse produzido os conteúdos que estão sendo enviados para casa.
Custos esses que são extras e não serão repassados aos alunos ou responsáveis.
As instituições, algumas com mais de 40 anos de colaboração no ensino da sociedade
acreana, têm conversado com os pais e alunos, levando transparência no que tange as
despesas.

Tendo o nobre deputado exercido o cargo de secretário de educação, acreditamos
relevar a máxima que o maior bem como o melhor custo pago no ensino é exatamente
o investido no professor. As instituições de ensino privado do Acre prezam e primam
por cada um de seus professores e colaboradores, muitos deles compõem há décadas o
quadro dessas instituições.

O principal ponto a destacar é que as despesas escolares não cessaram. Nenhuma
instituição de ensino deixou de pagar seus colaboradores, bem como tem utilizado
diversos mecanismos de envolvimento de seus alunos à rotina escolar por meio de aulas
extras promovidas de forma remota. Vale considerar também que diversas instituições,
no período de reposição de aulas, terão aumento do consumo.

O Ministério da Educação traz como obrigação curricular 800 horas e todas as escolas
sindicalizadas informaram que irão cumprir. Naturalmente, nos causa severa estranheza
o desconhecimento do deputado quanto a questões de manutenção do emprego e da
renda desses profissionais que, em momento breve, após a pandemia, com a mesma
dedicação, voltarão aos seus trabalhos para que nenhum aluno seja prejudicado em seu
aprendizado.

Cientes de uma posição de respeito aos empresários e educadores, não somente do
ensino privado, mas a todos aqueles que dedicam suas vidas ao desenvolvimento
intelectual do outro e promoção de emprego e renda, reiteramos nosso repúdio e
aguardamos ansiosos por consciente manifestação mediante pedido público de
desculpas.

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