Um relatório da Controladoria Geral da União (CGU) apontou diversas irregularidades na Prefeitura de Rodrigues Alves, município do interior do Acre. O jornalista Adailson Oliveira, da TV Gazeta, teve acesso ao relatório e divulgou em uma reportagem nesta semana, a crise na gestão de recursos públicos.
Uma das denúncias apresentadas foi em relação ao Programa Bolsa Família. O que chamou a atenção da CGU, foi o fato do município ter 80% da população dependente do benefício, porém, muitas pessoas que não estão na faixa da pobreza exigida pelo program, declararam ter rendas inferiores para ter acesso aos valores do Bolsa Família.
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Rodrigues Alves/Foto: Reprodução
Além disso, outro ponto destacado no relatório também ajudou a aumentar a desconfiança da CGU sobre a fraude. É que 552 saques do Bolsa Família, cadastrados no município, foram feitos fora de Rodrigues Alves. Existia ainda beneficiários que acumulavam outros programas do Governo Federal.
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Irregularidades no pagamento do Bolsa Família foram constatados pela CGU/Reprodução
Taxista e beneficiário com carro de luxo
O relatório revelou ainda que 155 beneficiários do Bolsa Família tinham veículo próprio. A investigação chegou até um taxista, que recebia mais de R$ 2 mil do benefício, por mês. A CGU encontrou ainda um beneficiário no município que era dono de um carro de luxo avaliado em mais de R$ 70 mil.
A CGU apontou ainda para um fator ainda mais grave: funcionários públicos do município também estariam recebendo o Bolsa Família indevidamente.
Investigações
O relatório foi a fundo e encontrou irregularidades na Saúde e na Educação do município. Segundo as investigações, na época da pandemia, a Prefeitura havia realizado a compra de medicamentos e testes para Covid-19 por um valor muito mais alto do que o estabelecido na médio do mercado.
Irregularidades na distribuição de merenda escolar também foram indicadas no relatório. A CGU concluiu que o valor do repasse do governo federal foi utilizado para a compra de cestas básicas que foram distribuídas apenas duas vezes no período de suspensão das aulas, o que o relatório entende como ‘insuficiente’. Alimentos vencidos também foram encontrados nas cestas básicas compradas pela Prefeitura de Rodrigues Alves.
Além disso, uma balsa hospitalar comprada em um investimento de mais de R$ 2 milhões, para atender comunidades ribeirinhas, está inoperante e sem prestar os serviços há meses. A situação da balsa foi constatada durante inspeção da CGU no município.
O ContilNet tentou entrar em contato com a Prefeitura de Rodrigues Alves por telefone e por e-mail, mas não obteve resposta até a publicação desta matéria.