Vídeo: policial atira e mata mulher que denunciou violência doméstica

Caso aconteceu nos EUA. Câmeras corporais registraram a ação do policial, que foi chamado para atender ocorrência de violência doméstica

Imagens de câmeras corporais mostram o momento em que um policial atira em uma mulher negra que acionou a corporação para denunciar o ex-namorado por violência doméstica. O caso aconteceu em Lancaster, cidade ao norte de Los Angeles, nos Estados Unidos, em 4 de dezembro, mas as filmagens foram divulgadas nessa sexta-feira (29/12).

Niani Finlayson, de 27 anos, ligou para a polícia solicitando ajuda durante uma briga com o ex-companheiro. “Ele não vai sair da minha casa… Ele não vai me deixar em paz… Preciso da polícia aqui agora”, disse ela, aos gritos, em ligação para o 911 (serviço de emergência americano).

As imagens das câmeras corporais mostram dois policiais chegando ao apartamento. A mulher abriu a porta ao lado de uma criança de 9 anos, filha de Finlayson, que dizia ter sido agredida pelo ex-namorado da mãe.

Finlayson segurava uma faca de cozinha e afirmou estar “prestes a esfaqueá-lo” por ter machucado a criança. Segundos depois de entrar na casa, um policial, identificado como Ty Shelton, atira quatro vezes contra a mulher, que cai no chão. A criança presenciou a cena.

A filmagem mostra que o policial chegou a entrar no apartamento com um taser, dispositivo de eletrochoque não letal, mas optou por usar uma arma de fogo contra a vítima.

Finlayson chegou a ser levada ao hospital, mas não resistiu. O ex-namorado de Finlayson foi preso por abuso infantil e agressão a um policial, porém acabou sendo liberado.

A família da vítima entrou com uma ação contra a polícia de Los Angeles. De acordo com o The Guardian, o agente responsável pelos disparos já respondeu pelo assassinato de um homem de 61 anos durante um outro chamado de violência doméstica. O caso aconteceu em 2020, semanas após o assassinato de George Floyd.

“Melhor amiga”

A mãe de Niani Finlayson, Tracie Hall, disse à imprensa americana que a filha estudava para se tornar enfermeira. Ela pediu que o policial fosse processado e demitido. “Ele não deveria poder andar livremente e continuar a ter um emprego”, defendeu.

A filha de 9 anos também falou a jornalistas sobre o caso. “Ela era minha melhor amiga. Ela sempre esteve lá para mim. É muito inacreditável que ela tenha ido embora e não volte mais. Sinto falta da minha mãe”, afirmou.

A polícia de Los Angeles informou que Shelton foi afastado enquanto a investigação ocorre. “Cada tiroteio envolvendo um policial é traumático para todos os envolvidos e cada incidente tem seu conjunto único de circunstâncias e complexidades… o departamento examinará e avaliará todos os aspectos do tiroteio, incluindo a resposta, as táticas e o histórico do funcionário”, disse, em comunicado.

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