“Não é meme”, diz advogada que negou causa de bebê reborn; vídeo

Advogada diz que foi procurada por uma “mãe” de bebê reborn para defender o direito à guarda da boneca após o fim de um relacionamento

“Não é meme”, assim começa o vídeo publicado nas redes sociais pela advogada Suzana Ferreira, que disse ter sido procurada por uma mãe de bebê reborn para defender o direito à guarda da boneca após o fim de um relacionamento.

De acordo com a advogada, que trabalha com direito digital, ela negou a causa por “não ser possível regulamentar a guarda de uma boneca”.

Getty Images

“Confesso que fiquei muito magoada depois que encerrei o atendimento. Eu não tive maturidade profissional para receber a demanda. Depois, fiquei pensativa sobre a rede social. Quando deixamos de pensar só na loucura do enredo, é, sim, uma situação muito interessante para quem adora o direito digital”, disse Suzana na publicação, que viralizou.

Veja o vídeo:

De acordo com a legislação brasileira, bonecos e demais objetos não são considerados sujeitos de direito, ou seja, quer dizer que não têm personalidade jurídica para ajuizar ações, ter direitos e deveres, ou até mesmo ser objeto de tutela judicial.

Conta no instagram

De acordo com Suzana, a mulher alegou ter constituído uma família, na qual a boneca fazia parte. Mas, como o relacionamento acabou, o ex-companheiro insistiu em ficar com a bebê pelo apego emocional. Porém, a boneca tem uma conta no Instagram, que também seria interesse do ex.

“A bebê reborn tem um Instagram, que a outra parte também deseja ser administradora, porque o perfil já está rendendo monetização e publicidade. E como ele está crescendo bastante, ela acredita que deveria ser das duas partes”, contou a advogada.

Segundo Suzana, apesar de não ter aceitado a causa, ela ofereceu ajuda para a cliente na disputa pela mídia social da bebê, que, segundo ela, é uma causa legítima.

“Maternidade reborn”

O bebê reborn tem aparência de bebê, usa roupas de bebê e até pesa como um — mas é um boneco. Esse modelo hiper-realista vem se tornando cada vez mais popular no Brasil e no mundo, conquistando pessoas de todas as idades.

A tendência, que surgiu nos Estados Unidos nos anos 1990 entre colecionadores, chegou ao Brasil há cerca de 10 anos, mas explodiu nas redes sociais recentemente, despertando curiosidade e polêmica.

Vídeos como o da influenciadora Carol Sweet, que simula o “parto” de um reborn, chamaram a atenção por mostrar os bonecos sendo tratados como bebês reais. Alguns modelos mais avançados, com movimentos gerados por inteligência artificial, causam até certo espanto.

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