A cidade de Cobija, capital do departamento de Pando, na Bolívia, enfrenta uma crescente tensão social devido aos protestos contra o corte de subsídios do governo, que resultaram em escassez de combustíveis. Há três dias, manifestantes, em sua maioria do setor campesino, ocupam os acessos à cidade e a sede da estatal YPFB, responsável pela distribuição de gasolina e diesel.

Com a entrada e saída da cidade restritas, apenas motociclistas conseguem buscar combustível nas cidades brasileiras/Foto: Reprodução
A situação se agravou após uma reunião emergencial com o governador Regis German Richter terminar sem avanços, levando os manifestantes a ameaçarem endurecer os bloqueios.
Com a entrada e saída da cidade restritas, apenas motociclistas conseguem buscar combustível nas cidades brasileiras de Brasiléia e Epitaciolândia, onde enfrentam preços até três vezes mais altos. Um áudio divulgado nas redes sociais de origem ainda não confirmada alerta para uma possível radicalização, incluindo a interdição dos acessos a pé. Caso o impasse persista, os bloqueios podem afetar estudantes brasileiros que vivem na Bolívia e comprometer o fornecimento de alimentos e suprimentos essenciais na região de fronteira, já pressionada pelos impactos econômicos da crise.