Conheça a professora que vai se tornar a 1ª mulher na história a comandar a Polícia Militar do Acre

Marta assume o cargo que será deixado no próximo dia 10 de dezembro pelo coronel Luciano Dias Fonseca

Pela primeira vez na história da Polícia Militar do Acre (PMAC) uma mulher vai ocupar o cargo de comandante-geral da instituição que tem 108 anos de atuação no Estado. É a coronel Marta Renata, de 44 anos, natural de Rio Branco e ex-professora formada em Letras e Direito pela Universidade Federal do Acre (Ufac) – instituição onde lecionou por 4 anos.

Coronel da Polícia Militar, Marta Renata. Foto: Dhárcules Pinheiro/Sejusp

Marta assume o cargo que será deixado no próximo dia 10 de dezembro pelo coronel Luciano Dias Fonseca. A notícia foi dada em primeira mão pelo ContilNet, nesta terça-feira (19).

SAIBA MAIS: Luciano Fonseca deixa comando da PMAC e cargo será ocupado por uma mulher pela 1ª vez

Luciano Fonseca deixa o comando-geral da PMAC no próximo dia 10 de dezembro/Foto: Reprodução

A indicação da coronel para o posto é do governador Gladson Cameli, que também a colocou como subcomandante-geral da PMAC em julho deste ano.

A nova comandante ingressou na corporação em 2005, depois de anos atuando em sala de aula. Mesmo que nunca tenha sonhado com a carreira militar, diz que escolheu a melhor profissão de sua vida.

Sede do Comando-geral da Polícia Militar do Acre/Foto: ContilNet

Na PMAC, Marta já passou pela diretoria operacional da população e já ocupou os cargos de assessora de comunicação, assessora jurídica, além de coordenadora administrativa e operacional do 3º Batalhão da PM na capital.

O ContilNet procurou a coronel para um bate-papo. Ela contou como recebeu o novo desafio e disse que é uma ‘responsabilidade grande’ ser a primeira mulher a comandar a Polícia Militar do Acre.

Confira na íntegra:

ContilNet: como surgiu o convite para ocupar o cargo e como se sentiu ao ser convidada? 

Coronel Marta Renata: “O convite pelo governador surgiu já tem um tempo e desde que assumi o subcomando, em julho, iniciamos o processo de transição com o Cel Luciano. Sinto-me honrada e desafiada ao mesmo tempo, pois sei da responsabilidade histórica que carrego”.

Sendo a primeira mulher a ocupar o cargo na história da PM, como a senhora se sente ao participar desse marco na trajetória da instituição?

Ser a primeira mulher a ocupar o mais alto posto na Polícia Militar do Acre é uma oportunidade de inspirar outras mulheres e de reforçar o compromisso da instituição com a equidade de gênero e com a valorização de todos os seus integrantes. Eu quero aqui reconhecer a ousadia e visão do governador Gladson com minha escolha, pois isso mostra sua capacidade de promover mudanças estruturais, além de abrir espaço para a representatividade feminina em um cargo histórico na nossa instituição.

Marta é natural de Rio Branco/Foto: Ascom

Quais os desafios que vê pela frente num cargo que nunca foi ocupado por uma mulher?

Não tenho dúvidas que os desafios serão muitos, sobretudo porque a corporação tem uma longa tradição, e toda mudança exige cautela, mas firmeza ao mesmo tempo. No entanto, vejo isso como uma oportunidade de quebrar barreiras, apresentar novas perspectivas e buscar uma gestão mais inclusiva, integrada e alinhada às necessidades da sociedade acreana.

⁠Sua gestão será marcada por quais características e prioridades?

Minha gestão será compartilhada, afinal, não se comanda sozinha. Vamos continuar o trabalho que já vem sendo feito, mas buscarei aproximar um pouco mais a Polícia Militar à população, promovendo segurança e confiança mútua, ao mesmo tempo em que buscarei valorizar e investir no nosso pessoal, garantindo melhores condições de trabalho, bem-estar e reconhecimento. Tudo isso alinhado a uma gestão administrativa eficiente e transparente.

Qual mensagem deixa à população acreana?

À sociedade acreana, deixo meu compromisso, respeito, trabalho e dedicação pela segurança e bem-estar de todos. Quero ouvir as necessidades e trabalhar junto para um estado mais seguro e justo. Penso que, com diálogo e confiança, podemos construir uma comunidade mais segura e empenhada em colaborar na construção de uma cultura de paz e respeito.

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