Acreana conta como ganhou a vida com faxina nos EUA: “Saí de uma moto para uma BMW”

Fernanda, rio-branquense do bairro Vila Acre, decidiu morar em Massachussets, nos EUA, há quase um ano

Um movimento de saída do Acre tem aumentado e chamado atenção dos acreanos que ficam no estado. Muitos conterrâneos têm encontrado em outros estados, um local que ofereça maior qualidade de vida, mas o caso da acreana Fernanda Souza, é diferente: ela e o marido decidiram morar nos Estados Unidos e tentar melhorar de vida.

Fernanda e o marido nos EUA. Foto: Cedida

Fernanda,  28 anos, rio-branquense do bairro Vila Acre, decidiu morar em Massachussets, nos EUA, há quase um ano. Ao ContilNet, a acreana lembrou que foi uma decisão difícil, mas necessária. “Eu vim para cá em busca de melhorias. Em Rio Branco, eu era assistente de Recursos Humanos, trabalhava no escritório e ganhava pouco e a vida era só para pagar conta, não conseguia ter um carro bom. Eu vim com meu marido e agora vamos ter um filho. Eu estou grávida, no 5º mês de gestação. Meu marido também deixou a função dele no Acre e veio para cá. Todos os imigrantes que chegam aqui, trabalham em subempregos. Eu deixei o escritório para trabalhar na limpeza. Eu abri uma companhia de limpeza de casas”, explicou.

Fernanda diz que imigrantes trabalham em subemprego nos EUA. Foto: Cedida

A acreana explicou que foi para os EUA de forma totalmente legal, mas o visto não foi tão fácil de conseguir. Fernanda contou que o marido foi primeiro, pois ele já tinha o visto e em seguida, a acreana conseguiu ir também. “O processo é muito difícil, porque nós temos que ter condições para poder provar que podemos nos manter, mas deu certo. Eu vim para cá para tentar uma vida melhor para minha família que ficou”, conta, emocionada.

A jovem lembrou como foi o início da jornada nos EUA e afirma não romantizar a vida fora do Brasil, mas ressalta que com um ano morando fora, a acreana evoluiu de uma moto para um carro de luxo – considerando o Brasil.

Foto: Cedida

“Vai fazer um ano que eu cheguei aqui e posso dizer que é muita luta. Não é fácil viver aqui, mas é uma vida maravilhosa. Eu saí de uma Fan 125 para uma BMW 320. Eu moro em uma casa de três andares e no Acre minha casa nem reboco tinha”, disse.

Mesmo com a diferença de vidas, Fernanda afirmou que pretende voltar para o Acre, abrir uma empresa e gerar novas oportunidades de emprego para os conterrâneos, visto que os planos são morar alguns anos nos Estados Unidos, dar melhores condições de vida para o bebê que está chegando e ajudar a família que ficou no Acre. “Eu quero voltar, abrir uma empresa, gerar novos empregos e ficar perto da minha família e da família do meu marido. Eu quero poder dar para o meu filho o que eu nunca pude ter. Já bateu aquela ruim e desespero para voltar, mas eu penso que meu filho vai ter cidadania americana, passe livre para entrar e sair do país, não vai precisar passar pelo o que a gente está passando”, disse.

Fernanda chegou nos EUA no início do inverno. Foto: Cedida

Choque de cultura

A acreana também lembrou como foram os primeiros dias nos EUA, com a diferença de temperatura, cultura e idioma. “Eu nunca morei em outro lugar, só naquela casa no Vila Acre. Imagina chegar nos EUA e não saber falar inglês, só o básico. Eu comecei a minha vida do zero, aprendi a falar, a dirigir e ter uma nova profissão”, disse.

Uma curiosidade na vida particular de Fernanda, é que no Acre, a jovem não conseguia engravidar, mas ao chegar nos EUA, o sonho de ser mãe foi realizado. “Eu não sei porque, mas no Acre eu não conseguia engravidar. Não sei se era algo relacionado a dinheiro, ou condições de vida, como a minha rotina, e aqui foi diferente. Eu não estou romantizando a vida aqui, pois é bem dura, eu acordo muito cedo e durmo muito tarde, mas as condições de vida são outras”, disse.

Foto: Cedida

Apesar de sonhar em gerar novas oportunidades de emprego na cidade natal, Fernanda afirma que se pudesse levar toda família para os EUA, ela não voltaria a viver no Acre. “Eu queria minha família aqui, mas não quero trazê-los nas condições que viemos. A coisa mais difícil que eu fiz foi tomar a decisão de morar aqui. Muitas pessoas estavam indo embora para o Nordeste, mas eu pensei logo em sair do país. Ou a gente se contentava com aquilo, ou metia a cara e arriscava. A minha família me apoiou bastante e dão apoio até hoje”, ressaltou.

Foto: Cedida

Fernanda lembrou, emocionada, dos perrengues que passou ao lado do marido, mas hoje sente que foi uma escolha boa. “Aqui nós temos muitos lugares para visitar, museus, aquários e vários pontos turísticos. Nós já fomos em vários e tem muitos brasileiros morando aqui. Quero que meu filho tenha essas oportunidades”, finalizou.

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