Professores da Ufac fazem palestra sobre os 40 anos de sindicalismo rural

Professores da Universidade Federal do Acre (Ufac) realizarão na próxima terça-feira (29) uma palestra sobre os 40 anos do sindicalismo rural no Acre. O evento, que será no Auditório de Pós-graduação da instituição, foi dividido em duas partes: das 8 horas às 12hrs será apresentação de comunicações livres e à tarde acontecerá uma mesa  temática com Dercy Teles, Osmarindo Amâncio, Helder Andrade de Paula e Gerson Albuquerque.

A história do sindicalismo rural no Acre passa pela chegada do recém-sagrado bispo Dom Moacyr Grechi. Adepto da Teologia da Libertação, uma corrente teológica que englobava diversas teologias cristãs desenvolvidas no Terceiro Mundo, baseada na opção preferencial pelos pobres, contra as desigualdades e pela libertação.

O sacerdote chegou no exato momento em que se derrubava a floresta, matava-se a população nativa numa frenética busca por lucros. As Comunidades Eclesiais de Base, O Conselho Missionário Indigenista (Cimi) e a Comissão Pastoral de Terra (CPT) encontraram campo fértil para suas atuações.

As atrocidades eram tamanhas que o bispo chegou suspender a eucaristia, protesto esse que enfureceu as classes conservadoras. Dom Moacyr foi ameaçado de morte inúmeras vezes, fato que jamais o fez desistir de seus propósitos. Os trabalhadores rurais não tinham a quem recorrer, exceto à Igreja Católica.

Contag e criação do primeiro sindicato

Os “paulistas”, apelido dado aos ‘forasteiros’ por causa do contraste com a população nativa, estavam levando vantagem quanto a direção da Contag (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Agricultura) indicou o sociólogo João Maia da Silva Filho para atuar como delegado regional e criar os sindicatos de trabalhadores rurais.

O primeiro foi o do município de Brasiléia, fundado justamente no dia 29 de setembro de 1975. Elias Rosendo, um negro piauiense que nas horas vagas ganhava uns trocados como fotógrafo, foi o primeiro presidente.

Wilson Pinheiro e Chico Mendes ajudavam na mobilização e se tornaram membros da diretoria. A principal ação dos sindicalistas era os ‘empates’, que consistiam na organização da população cabocla para impedir a derrubada da floresta.

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