“A vida perdeu o sentido e o valor que deveria ter dentro das estruturas de Saúde do Estado, e famílias continuam enlutadas pela morte prematura de suas crianças,” diz o ativista de Direitos Humanos, Jocivan Santos sobre a morte de bebê na maternidade.
A morte de um bebê ocorrida no último dia 9 deste mês, na Maternidade Bárbara Heliodora, continua causando revolta. Desta vez quem se pronunciou sobre o assunto foi o ex-presidente da Associação de Direitos Humanos, o ativista Jocivan Santos.
Para ele, Simone Martins é mais uma mãe dilacerada pela perda de sua criança de forma bruta,l em ter se tornado vitima de um sistema de Saúde pública que deveria mostrar o contrário. “Diante de situações delicadas como essas, o governo diz que vem fazendo um grande esforço para reduzir o número de vitimização cometidos no hospital, mas os problemas continuam, como por exemplo, a falta de acompanhamento médico, e a relação péssima entre pacientes e profissionais de saúde, começando pelo atendimento na recepção” diz ele.
O ativista sempre foi atuante no que diz respeito à dignidade e à vida do ser humano, e tem conhecimento do caso até mais do que as próprias autoridades. Segundo ele, o que mais impressiona é o silêncio das instituições diante da situação.
“Ninguém diz nada, tratam como se fosse um caso a mais. Nesse caso, por exemplo, apesar da repercussão, a Secretaria de Justiça e Direitos Humanos do governo não sabia de nada. Os conselhos municipal e estadual de Saúde também não. O conselho estadual de Direitos Humanos nem ouviu falar. E isso nos remete a um clima de impunidade muito grande devido ao aparelhamento político desses setores, que deveriam, por força de lei, fiscalizar e cobrar medidas cabíveis”, analisa.
De acordo com Jocivan Santos, a maternidade de Rio Branco tem um histórico, no mínimo, assustador para as mães, que perderam suas crianças por conta de erros quaisquer no procedimentos adotados. Para Santos, Simone Martins é mais uma mãe vivenciando essa realidade, que, devido à fragilidade das instituições que deveriam cumprir suas atribuições, vislumbra diante de si a impunidade.
“Não somente a Simone Martins, mais também outras vitimas que perderam suas crianças, por atos de irresponsabilidade e negligência na maternidade, vislumbram a impunidade diante dessas instituições. Elas, independente de politica ou governos, deveriam proteger a vida incondicional, dando o devido amparo àquelas que saem da maternidade com sequelas”, ressalta.