Acadêmicos de Direito e professores da FAAO discutem importância da educação ambiental

O Dia da Amazônia comemorado nesta quarta-feira, 5, tem como um dos principais objetivos induzir à reflexão sobre os rumos que a sociedade tem tomado referente aos cuidados com o meio ambiente. A preocupação com o desmatamento e com práticas cotidianas nocivas a essa grande riqueza levou um grupo de acadêmicos de Direito e professores da Faculdade da Amazônia Ocidental (FAAO) a criar o projeto “Meio Ambiente: Educar para Viver”.

O grupo é composto por Brenna Amâncio, Clécia Karen, Nicole Cordeiro e Tiago Maia. A ideia partiu do professor e advogado Igor Clem, que recebeu todo o apoio da FAAO e da coordenação do curso de Direito da instituição. Juntos e com a orientação da professora e mestre em Ecologia e Manejo de Recursos Naturais pela Universidade Federal do Acre (Ufac), Iracema Moll, os componentes pretendem publicar ainda este ano um artigo científico com dados atuais do desmatamento, da poluição no Acre e práticas alternativas.

O projeto Meio Ambiente: Educar para Viver começa a partir deste Dia da Amazônia e estenderá suas atividades até o Dia do Meio Ambiente (comemorado no dia 5 de junho) do próximo ano. O ato final será a apresentação para estudantes do ensino fundamental.

A professora Iracema Moll destaca que a biodiversidade é decisiva para a vida humana. “Ela permeia tudo, pois precisamos de alimentos, de qualidade no ar e na água, serviços ambientais que temos de graça e, acima de tudo, é preciso saber que o ser humano faz parte. Daí a necessidade de reconectar as pessoas à natureza. Queremos mais uma geração que só explora os recursos naturais? Precisamos mudar padrões de consumo, renovar essa geração, para que a próxima, quem sabe, quebre esse ciclo. Educação ambiental na educação formal é o melhor caminho, mas não só como um tema a mais, mas como tema principal. É a nossa vida, fazemos parte do meio ambiente”, afirma.

O artigo científico, que está em fase de conclusão, destaca os principais crimes ambientais praticados no Acre. Entre eles, segundo a Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semeia), estão a poluição dos rios, a poluição sonora e do solo, a disposição inadequada de resíduos, atividades não licenciadas e corte de árvores. As queimadas aparecem na liderança do ranking dos maiores problemas no estado.

As queimadas lideram o ranking dos maiores problemas ambientais listados pela Semeia/ FOTO BRENNA AMÂNCIO- cedida

Um trecho extraído do artigo científico aponta que, segundo uma pesquisa realizada no site INPE e BDQ (Banco de Queimadas), entre o dia primeiro de julho até 31 de agosto de 2018, o estado do Acre teve mais de sete mil e quinhentos focos de incêndio, sendo os municípios que mais queimam Feijó e Tarauacá, distribuídos entre zona urbana, zona rural e terras indígenas.

Ao queimar a terra para o preparo do plantio, o solo perde diversos nutrientes que são essenciais às novas plantas que ali crescerão, além de liberar gases tóxicos à atmosfera e prejudicar a saúde humana. A soma da fumaça causada pelas queimadas, a poluição do ar e o alto nível de umidade no estado, causam graves problemas respiratórios à população local.

No Acre, o Instituto de Meio Ambiente (Imac) conta com a Divisão de Educação e Difusão Ambiental que tem justamente o objetivo de transformar essa realidade por meio do conhecimento.

O Imac licencia, monitora, e fiscaliza a exploração dos recursos ambientais do Acre. Contudo, antes disso está a educação ambiental, aponta Raimundo Escócio, coordenador da Divisão de Educação e Difusão Ambiental.

As queimadas, do ponto de vista do coordenador, é a mais nefasta prática nociva à Amazônia e, em especial, ao Acre. Contudo, existem na região muitas outras que comprometem o futuro do meio ambiente. “Para falar sobre as piores práticas, a gente vai ter que falar de danos ambientais, de impactos. Contudo, a questão de impactos ambientais vai variar em épocas do ano, de estado, de município, de região. Nesta época agora, os piores impactos são as queimadas clandestinas. Já tem outra época que é a extração ilegal de madeira. Na época de enchente a preocupação é a poluição dos rios”.

O Imac, segundo Escócio, leva noções de educação ambiental também aos projetos de assentamento explicando como funciona, o que diz a Constituição Federal. Afinal, é preciso mudar a forma de pensar das pessoas para que, de fato, a realidade comece a melhorar.

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