A realização de um grande seminário estadual sobre economia e para buscar a definição dos rumos do desenvolvimento a curto, médico e longo prazo, com a participação de economistas e estudiosos renomados, foi um dos resultados práticos da reunião do Movimento Liberal do Estado do Acre, na semana que passou, com membros do recém-criado pelo Conselho Político do Governo Gladson Cameli. “Foi, na verdade, um colóquio no qual foram apresentadas e debatidas propostas e a visão de quem, fora do governo, acompanha a pauta política e as ações administrativas em curso”, disse um dos integrantes do Movimento Liberal, o advogado criminalista Waldir Perazzo.
O Movimento Liberal no Acre surgiu espontaneamente em 2015, a partir de um sentimento, segundo Waldir Perazzo, “de repúdio ideológico ao projeto socializante que predominou no país e tornou-se hegemônico no Acre por 20 anos”. De acordo com Perazzo, o Movimento reúne atualmente algumas centenas de membros que, basicamente por meios eletrônicos, divulgam, discutem e propõem o liberalismo como fundamento necessário ao poder público.
“Neste curto período, através de palestras e participação em diversos fóruns de debates, o Movimento vem atraindo a atenção da sociedade e de seus representantes, no sentido de refletir sobre as condições de desenvolvimento econômico e social em uma perspectiva diversa daquela que, prometendo igualdade, entregou ao à nação apenas pobreza, atraso e corrupção. Entre seus membros, dezenas atuam e residem no interior do Estado, sinalizando uma capilaridade importante e demonstrando a viabilidade de sua consolidação”, disse Perazzo.
De acordo com o advogado, o Movimento não se confunde com qualquer sigla partidária ou personagem político, mas no processo eleitoral de 2018l teve papel importante no apoio às candidaturas que claramente se posicionaram em defesa das ideias de seus integrantes, “No caso presente, foi francamente favorável à da candidatura de Gladson Cameli e o apoia, especialmente no que trata da agenda econômica que atribui ao setor privado crescente protagonismo e altera a base de exploração do coletivismo florestal para o agronegócio”, disse.
Perazzo afirmou ainda que, ao aceitar o convite do Conselho Político do Governo, o Movimento espera ter contribuído para o aprimoramento da agenda governamental e para a afirmação de sua doutrina perante a sociedade. “Uma das propostas, que o Conselho vai analisar, é a sugestão nossa para que realizemos no Acre um grande seminário para debater os rumos da nossa economia. Algumas nações ao redor do mundo e estados brasileiros só saíram do marasmo econômico após uma ampla discussão sobre suas reais condições”, disse o advogado.
Na reunião com os membros do Conselho Político, Waldir Perazzo estava acompanhado do Direito Narciso Cândido. Pelo Conselho, estavam presentes o ex-deputado federal Osmir Lima, coordenador do grupo, o ex-deputado estaduais Élcio Santiago e Jairo Carvalho, além do servidor público Marieldo Alves.
Nos debates sobre a real situação vivenciada pelo Acre, Perazzo faz uma espécie de retrospectiva histórica de como a mentalidade socialista no Estado foi se moldando, ao longo dos últimos 40 anos, “e que teve início com o progressismo Católico, até os últimos 20 anos de governos petistas”.
Para o advogado, o Movimento Liberal entende que não basta ser anticomunista. “É preciso um projeto contra revolucionário, de caráter liberal conservador. É necessária a formação de ativistas políticos, imbuídos da convicção contra revolucionária. Caso contrário, não se enfrenta as ideias revolucionárias tendentes ao totalitarismo”, afirmou.
Concretamente, segundo o advogado, o Acre precisa debater sua economia num grande seminário, com grandes economistas liberais, “de forma que o governo do Acre se harmonize, em termos de projeto, com o que se encontra em marcha, do Ministro Paulo Guedes”.
Perazzo citou como exemplo o Peru, país fronteiriço com o Brasil através do Acre. “O Peru transitou da sua mentalidade comunista, para as ideias liberais, a partir de seminários realizados com grandes economistas que assessoram Regan e Thatcher, a exemplo de Hayek, promovidos pelo escritor Vargas Llosa. É o que o escritor relata em seu festejado livro” Peixe na Água”, disse.
O advogado propôs ainda que o Conselho Político de Gladson Cameli interceda pela criação de Frente Parlamentar tanto na Assembleia Legislativa como nas câmaras de vereadores, em defesa do Agronegócio e da livre iniciativa. “Esses caminhos para o desenvolvimento dos quais o Acre não pode se afastar”, disse.
