“Os povos indígenas são os guardiões da floresta”, diz liderança Ashaninka no Acre

Um estudo publicado em 2020 em uma revista científica ligada à Academia de Ciências dos EUA mostra que, na Amazônia, o desmatamento é 66% menor em terras indígenas do que em outras áreas na região. Além disso, esses locais protegidos emitem quantidade mínima de carbono na atmosfera, com impacto inexpressivo para o aquecimento global.

A pesquisa reforça a ideia de que garantir a integridade das zonas indígenas é contribuir diretamente para a preservação da Amazônia. Com quase metade de seu território formado por áreas protegidas, entre elas 35 terras indígenas, o Acre possui cobertura florestal de cerca de 85%, uma das maiores do país.

Para o líder Ashaninka, Francisco Piyãko, morador da aldeia Apiwtxa, no município de Marechal Thaumaturgo, isso acontece porque os índios são os verdadeiros guardiões das florestas. “Nossa história já mostra isso. Onde tem florestas com povos indígenas cuidando e morando, vai ser um dos lugares mais bem conservados. Disso nós não temos dúvida”.

Ainda de acordo com a liderança, é da natureza dos índios cuidar bem da floresta porque é dos rios, das plantas e dos animais que eles dependem para sobreviver.

“A floresta é a nossa vida. Então a gente cuida para que os rios estejam vivos, as matas estejam vivas, os animais, toda a fauna. Isso é parte da nossa vida. Sem isso nós não podemos crescer, não podemos ser completos. Então a nossa natureza, o nosso espírito já vem com essa responsabilidade de cuidar bem”.

No Acre, Piyãko é de uma geração de indígenas que lutou pela demarcação das terras e pelo direito à saúde e educação diferenciadas, adaptadas à realidade dos povos tradicionais. Sua aldeia é modelo de sustentabilidade ao aliar preservação e desenvolvimento.

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Localizada na fronteira do Acre com o Peru, a Terra Indígena Kampa do Rio Amônea desenvolve ações de reflorestamento não só no território, mas também no seu entorno. Além disso, toca projetos de manejo de quelônios e capacita indígenas de outras etnias e população em geral sobre como produzir mais sem devastar a natureza.

“Nós estamos aqui em um lugar muito bem preservado na nossa aldeia, a Apiwtxa, e nós temos muito orgulho disso porque nós temos condições plenas de viver aqui, basta a gente continuar fazendo o mesmo processo de proteção de viver na nossa floresta com amor e respeito a cada ser que vive na mata”.

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