14 de junho de 2024

Cenário político nacional fervilha com negociações por federações; veja como isso pode interferir no Acre

Início

Em agosto do ano passado, foi aprovada na Câmara Federal (a matéria já havia sido aprovada pelo Senado ainda em 2015) a lei que criou as federações partidárias. A federação permite aos partidos políticos se unirem a fim de atuarem como uma só legenda nas eleições e na legislatura. De lá pra cá muita água rolou e a discussão sobre a formação de federações, vem fervilhando o noticiário político.

PCdoB

Principal interessado na aprovação das federações, o PCdoB articulou votos e costurou apoios importantes na Câmara Federal para o projeto saísse do papel. O interesse do PCdoB é que com a federação, o partido pode voltar a respirar e ganha uma sobrevida, já que a existência da sigla centenária vinha sendo ameaçada por conta da cláusula de barreira.

Primeiras discussões

Antes mesmo da federação ser aprovada, o PCdoB já vinha mantendo conversas com o PSB para uma possível união. Inclusive, caso a federação fosse barrada, a discussão previa até uma fusão entre os partidos. Para sorte dos comunistas, a federação passou e eles vão poder manter suas bandeiras e identidade.

Frente progressista

Com a semente plantada entre PCdoB e PSB para construir uma federação de partidos do campo progressistas, o PT e o PV também entraram nas discussões e hoje já é dada como praticamente certa a união dos quatro partidos pelos próximos quatro anos.

Explosão

Depois de um tempo considerável em que só se falava de uma única federação, a dos partidos de esquerda, o centro e a direita começaram a se movimentar e na última semana aconteceu uma explosão de especulações sobre as possíveis federações que podem aconter para estas eleições (e para as próximas, de 2024, já que a união entre os partidos é de quatro anos).

Cidadania

O Cidadania, ex-PPS, se tornou o partido mais cobiçado dos últimos dias para se unir em federação a outras legendas. O PSDB foi o primeiro partido a procurar o Cidadania, que depois foi procurado por PDT e Podemos. A decisão da sigla presidida pelo ex-senador por Pernambuco e atual deputado federal por São Paulo, Roberto Freire, deve ocorrrer no próximo dia 15 de fevereiro, em uma reunião da direção nacional. A vontade de Freire é que sua sigla se una ao PSDB, e no fim das contas é o que deve prevalecer.

MDB + União Brasil

O recém criado União Brasil, resultado da fusão entre DEM e PSL, pode partir para outra união, só que dessa vez em federação. O cobiçado é o MDB. A notícia circulou hoje nos principais noticiários políticos do país. As negociações incluem ainda uma possível chapa para a corrida presidencial, com a senadora Simone Tebet (MDB-MS) na cabeça e o deputado federal Luciano Bivar (PSL-PE) na vice. A medida deve isolar ainda mais o pré-candidato à presidência pelo Podemos, o ex-juiz Sergio Moro, que negociava com o União Brasil o apoio a sua empreitada.

MDB + PSDB

Outra federação que vem sendo especulada é entre o MDB e o PSDB. De acordo com a comentarista de política do Globonews, Natuza Nery, os presidentes dos dois partidos, os deputados federais Baleia Rossi (MDB-SP) e Bruno Araújo (PSDB-PE), iniciaram conversas pra unir os dois partidos. Vale lembrar que os dois partidos têm pré-candidatos à presidência, Simone Tebet pelo MDB e João Doria pelo PSDB. A união, portanto, tiraria um desses dois nomes da disputa como cabeça de chapa.

Aquiri

Cada passo que vem sendo dado nacionalmente pode embaralhar todo o planejamento que os partidos, localmente, vem costurando para disputar as eleições deste ano. Ao contrário das coligações, onde as alianças nacionais não precisavam ser replicadas localmente, nas federações isso é obrigatório.

Pode cair

Os pré-candidatos ao Governo e Senado pelo Cidadania aqui no Acre, por exemplo, vão enfrentar problemas caso o partido se una em federação a qualquer uma das três opções postas: PSDB, PDT e Podemos. É que os três partidos são da base de Gladson (PP), tem mandatos, e não vão querer abrir mão de apoiar a reeleição do governador para apoiar os candidatos do Cidadania.

Jenilson e Jorge

Do lado da federação de esquerda, a situação é um pouco menos complexa. Até agora há apenas dois pré-candidatos a cargos majoritários dentro dos quatro partidos: o deputado estadual Jenilson Leite (PSB) para o Governo e o ex-senador Jorge Viana (PT) ainda sem definir para onde vai. Porém, mesmo com a indefinição do que Jorge Viana vai disputar, o cálculo parece simples, já que há dois cargos em disputa. Mesmo que JV decida disputar o Governo, o que acho pouco provável, Jenilson deve ser empurrado para o Senado.

Direita

Do lado das possíveis uniões entre os partidos de direita, MDB+PSDB ou MDB+União Brasil, a principal problemática aqui fica com as disputas proporcionais. Com dois partidos grandes unidos, a briga para garantir uma vaga na disputa vai ser grande, já que cada federação só pode lançar 25 nomes para a disputa de uma cadeira na Aleac e 9 para a disputa da Câmara Federal.

Senado

Caso dentre as possibilidades propostas, o MDB resolva se unir ao União Brasil, um outro problema surge: quem vai ser o candidato ao Senado pela federação, Jéssica Sales (MDB), Alan Rick (DEM/União Brasil) ou Marcia Bittar (possivelmente pela União Brasil)?

Gladson

O governador Gladson Cameli (PP), por enquanto, não precisa se preocupar com as articulações nacionais para a formação das federações, já que a maioria dessas negociatas vem acontecendo dentro dos partidos de sua base, o que não atrapalha em nada a montagem da sua coligação para a disputa do pleito deste ano. Mas é bom ficar de olho, todo dia surge uma novidade.

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