Rússia descarta fim rápido para guerra: “Longo trabalho pela frente”

O governo russo mandou recados ao Ocidente e à Ucrânia sobre o possível fim da guerra. O país comandado pelo presidente Vladimir Putin demonstrou não acreditar em um desfecho rápido para o conflito.

Nesta quarta-feira (30/3), ao realizar pronunciamento em Moscou, o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, foi cauteloso sobre um possível acordo de cessar-fogo.

Peskov declarou que “ainda não há sinais de avanço e que não houve nada a ser descrito como realmente promissor”. Além disso, avisou que ainda haverá um “longo período de trabalho pela frente”.

Vale ressaltar que a Rússia não trata a luta armada no Leste Europeu como guerra, mas sim, como uma “operação militar especial”.

Nova estratégia

O governo russo confirmou que redistribuiu tropas de seu Exército para sitiar a região separatista pró-Rússia de Donbass, onde estão as cidades de Donetsk e Luhansk, no Leste ucraniano.

O ministro da Defesa da Rússia, Sergei Shoigu, explicou que as tropas russas que estavam realizando ofensivas em Kiev, capital e coração do poder, e Chernihiv irão se “reagrupar”.

Segundo a agência estatal de notícias RIA, a intenção é que os militares se reúnam para “libertar a região de Donbass”.

Essa seria uma “segunda fase” da invasão, uma vez que Shoigu disse que os objetivos da primeira fase foram concluídos.

A declaração do ministério veio um dia depois de a Rússia garantir que reduziria as operações perto de Kiev e Chernihiv.

Ataques

Um prédio da Cruz Vermelha, o memorial do holocausto e uma área residencial foram alvo de bombardeios, atribuídos às tropas russas.

Nesta quarta-feira (30/3), mísseis atingiram o memorial do holocausto nos arredores de Kharkiv, a segunda maior cidade da Ucrânia. As informações são do ministro do interior ucraniano, Anton Herashchenko.

Imagens mostram um prédio residencial atingido por um bombardeio na região de Donetsk, no leste da Ucrânia. A área é separatista pró-Russia.

A ombudsman da Ucrânia, Lyudmyla Denisova, disse em uma rede social que os ocupantes de Mariupol miraram e acertaram um prédio do comitê internacional da Cruz Vermelha.

“O local tinha uma cruz vermelha pintada sobre um fundo branco, indicando que ali havia pessoas feridas, civis ou suprimentos humanitários”, explicou. Denisova não especificou quando o ataque ocorreu, se houve mortes ou se alguém ficou ferido.

“Até hoje, os únicos que atingiram construções e veículos marcados com a cruz vermelha foram as tropas de Hitler”, disse a ombudsman.

A comissária de direitos humanos do Parlamento da Ucrânia, Liudmila Denisova, acusou as tropas russas de dispararem um foguete contra uma escola infantil em Tchernihiv.

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