El niño
A previsão de um verão seco e prolongado por conta do fenômeno El Niño acendeu a luz vermelha do governo do Estado e, obviamente, do Saneacre (Serviço de Água e Esgoto do Acre). O governo não quer ser surpreendido mais uma vez por uma estiagem histórica como a do ano passado no Bujari que secou as torneiras do município. Na ocasião, o açude que abastece o município ficou totalmente vazio e o Saneacre teve de transportar água em carros pipas até as residências. Para evitar que o problema se repita, o presidente da autarquia, José Bestene, anuncia um aumento de 30% na capacidade do açude e um esquema alternativo para o caso de, mesmo assim, a fonte secar.
Longevidade
Ex-deputado, o presidente José Bestene iniciou sua carreira profissional como bancário, tendo sido gerente do Banacre em São Paulo, mas já gerenciou também a Secretaria de Estado da Saúde e o Departamento de Água e Saneamento do Estado (Deas), que já foi chamado de Sanacre e Depasa e hoje é o Saneacre (Serviço de Água e Esgoto do Acre). Também foi presidente da Assembleia Legislativa do Estado, sendo, portanto, um dos políticos/gestores mais longevos do Estado ainda em atividade. Estava deputado em 1992, quando o Acre comemorou seu 30º aniversário de elevação a Estado e em 2022, na comemoração do 60º aniversário. Mais de 30 anos de vida pública.
Secretário José Bestene/Foto: Diego Gurgel-Secom
Desafio
Já ultrapassando os 70 anos de vida, José Bestene está carregando, talvez, o fardo mais pesado da administração Gladson Cameli que é o de conduzir o Estado para a universalização dos serviços de água tratada e da destinação do esgoto. No dia 7 passado, Bestene participou da inauguração da ETE (Estação de Tratamento de Esgoto) do conjunto habitacional Cumaru, na periferia de Cruzeiro do Sul. O dispositivo, do modelo compacto, foi montado pelo Saneacre (Serviço de Água e Esgoto) em parceria com a Prefeitura local. Com um conjunto de quatro reatores totalizando 200 mil litros, a ETE pode atender 170 residências do Cumaru e parte dos domicílios do bairro Remanso, lançando o esgoto tratado no igarapé Tiro ao Alvo, localizado nas proximidades.
Calotes
Em recente entrevista ao âncora Antônio Muniz, na TV Aldeia, Bestene disse que os principais gargalos para otimizar os serviços de água e esgoto no Acre são a inadimplência e o desperdício. Em 2020 o Depasa (Departamento de Água e Saneamento) tinha R$ 200 milhões de contas a receber. Na época, o Depasa iniciou uma campanha de cortes no fornecimento, o que não está nos planos da atual administração. “Estamos buscando parceria com as prefeituras para viabilizar uma negociação com os consumidores”, explicou Bestene.
Automação
O desperdício, segundo Bestene, será eliminado com a automação do sistema de distribuição, um projeto já em execução. Por outro lado, o presidente lembra que Rio Branco terá 40% da cidade atendidos pela rede de esgotamento sanitário após a inauguração da ETE Redenção, na estrada do Quixadá. Um índice que deverá crescer significativamente com a construção da ETE Cidade do Povo, outra meta da gestão Gladson, que já está sendo projetada.
Poço
Em Tarauacá, a prefeita Maria Lucinéia e o vice-prefeito Raimundo Maranguape fizeram festa para entregar um poço artesiano a moradores da Estrada do Jaburu, na periferia da cidade. De acordo com a prefeita, centenas de moradores serão beneficiados com água encanada depois de mais de 20 anos de sofrimento. A obra foi realizada pela Prefeitura com apoio do governo do Estado, por meio do Saneacre (Serviço de Água e Esgoto do Acre).
Goteiras
De acordo com dados do Instituto Trata Brasil, o estado do Acre tem 74,4% da água produzida perdida, sendo este o segundo maior índice do Brasil, perdendo apenas para o Amapá. Os dados apontam que o desperdício de água potável caiu de 55,1%, em 2017, para os atuais 51,2%, em toda a região Norte do país. Entretanto, os números continuam elevados, sendo a região com os mais graves índices por conta do pouco investimento em saneamento básico. O Instituto Trata Brasil salienta que mais da metade da água captada e tratada é perdida na região amazônica, por conta do vazamento e de fraudes. Para reverter a situação, o órgão recomenda uma fiscalização ativa, para identificar furtos e fraudes, mais campanhas de conscientização sobre o desperdício de água e uma setorização da malha de abastecimento das cidades, para que a água que está sendo circulada e consumida seja contabilizada.
Memórias
O geólogo Sócrates José Guimarães, 70 anos, era um dos mais entusiasmados participantes da solenidade de inauguração do aeródromo de Feijó, dia 9 de junho passado. Sócrates é o novo presidente do Deracre, nomeado pelo governador Gladson Cameli em substituição ao engenheiro Petrônio Antunes. A obra do aeródromo com sinalização noturna em Feijó, segundo ele, é um sonho antigo de sua mãe, desde a época em que sua família vivia no município nos anos 1960 quando o pai foi transferido para trabalhar no IBGE. A mãe precisava voar constantemente a Rio Branco para tratamento médico e a pista só funcionava durante o dia e sem chuvas, pois era de grama. “O maior sonho da minha mãe era que Feijó tivesse um aeroporto com condições de pouso e decolagem a qualquer hora ou qualquer dia, sem restrições e fiz disso um objetivo de vida”, comentou.
General
“Hoje eu me sinto realizado. Comecei como soldado do Estado, tinha minha faculdade e fui galgando com minhas experiências e hoje cheguei ao posto máximo, que é à presidência e agradeço ao governador por todo reconhecimento. Temos muito trabalho pela frente e penso ainda na construção dos aeródromos de Sena Madureira, Brasiléia, Epitaciolândia, Vila Restauração, Cidade do Povo e Heliponto do Ciopaer em Cruzeiro do Sul”, contabilizou. Em 1997, Sócrates trabalhou para o tio de Gladson, o ex- governador, Orleir Cameli, atuando como geólogo no Departamento de Estradas de Rodagem do Acre (Deracre) na construção dos aeródromos de Marechal Thaumaturgo e Porto Walter. Em sequência, vieram as obras das pistas de pouso de Feijó, Jordão, Manoel Urbano e Santa Rosa do Purus.
Superação
Com a determinação de cumprir a premissa de que a Expoacre tem que ser sempre melhor e inovadora ano após ano, o secretário de Governo, Alysson Bestene, está enfrentando um dos maiores desafios de sua vida que é organizar a melhor feira da história do Acre e consolidar o seu nome como o candidato do governador Gladson Cameli à Prefeitura de Rio Branco. Neste sentido, Alysson tem realizado reuniões diárias e fiscalizado pessoalmente algumas obras, como o recapeamento da Via Chico Mendes que vai facilitar o acesso ao recinto de exposições. As obras abrangem um trecho urbano da rodovia AC40 contemplado com recursos de R$ 4,8 milhões de uma emenda parlamentar destinada em 2018 pelo então senador, Gladson Cameli.
Autoestima
“O cenário está aberto e favorável a um nome novo e se este nome tiver algumas qualidades terá mais facilidade para alavancar”, disse o deputado Fagner Calegário (Podemos) sobre ele mesmo em recente entrevista à jornalista Lamlid Nobre. O parlamentar estava explicando sua decisão de ser o candidato do partido à Prefeitura de Rio Branco confrontando candidatos mais naturais como o presidente da sigla Ney Amorim e o empresário Jebert Nascimento, o homem das terceirizadas do Acre que ele próprio trouxe para o Podemos. “Vou lutar até o último minuto buscando a viabilidade da candidatura. Já comuniquei o meu partido da minha vontade e agora eu iniciei uma agenda de conversa com os outros partidos”, garantiu, em busca de um lugar na lista de pré-candidatos em 2024.
Sesai
Por indicação do senador Sérgio Petecão (PSD), o ex-prefeito de Marechal Taumaturgo, Isaac Piyãko, é o novo coordenador geral do Distrito Sanitário Especial Indígena do Alto Rio Juruá da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai). Com 51 anos de idade, Isaac é do grupo étnico ashaninka, do rio Amônia e tem um vasto trabalho na área de educação indígena. É formado em Educação Escolar Indígena com Habilitação em Ciências da Natureza pela Universidade Federal do Acre (UFAC). Mas, apesar de toda a bagagem, em 2021, Isaac virou notícia porque construiu uma ponte de madeira que os moradores chamaram de “pinguela” por R$ 28.189.33.
No campo
Depois de um mandato inteiro na presidência da Mesa Diretora da Aleac, o deputado Nicolau Júnior (Progressista) está fazendo de seu segundo mandato um projeto de expansão de sua base eleitoral para além do Vale do Juruá. Para tanto, não perde inaugurações com a presença do governador Gladson Cameli. Na semana passada, enquanto o governador fazia a entrega de 2.3 mil kits aos estudantes do Bujari, Nicolau dividia a atenção do público com o prefeito Padeiro, a deputada federal Socorro Nery e o secretário de Educação, Aberson Carvalho. Em discurso, Nicolau confessou que tem percorrido o Estado na carona dos kits distribuídos pelo Governo. “Eu tenho acompanhado o secretário Aberson nas entregas desses kits pelo Acre inteiro. E do mesmo jeito que vocês estão eufóricos aqui, nos outros municípios vi a mesma empolgação. Isso é compromisso materializado na prática e não só no discurso. Fico muito feliz quando presencio um ato igual o de hoje aqui em Bujari”, afirmou.
1001 sorrisos
Com fama de turrão e pão duro, o prefeito Tião Bocalom tem anunciado seus investimentos com extrema empolgação. Nesta segunda-feira, 12, chegou a esnobar o valor da poupança da Prefeitura, que supera os R$ 400 milhões. No dia 5 passado, Bocalom anunciou investimentos da ordem de R$ 15 milhões para um programa de saúde bucal da Prefeitura com recursos próprios e recursos de emenda do senador Marcio Bittar (União). O Programa “Produzindo Sorrisos” conta com um ônibus odontológico, sete vans odontológicas e outros equipamentos. Os veículos foram entregues em solenidade na frente da Prefeitura. Além destes investimentos, o Programa terá R$ 65 mil mensais para a contratação de vans para cadeirantes. “Esse projeto reforça o compromisso da prefeitura com a saúde. Conseguimos equipamentos adaptados de fábrica. Agora vamos dar mais dignidade a essas pessoas que realmente precisam destas vans para se deslocar”, comentou o prefeito.
ONGs
A CPI do Senado que será instalada nesta quarta-feira, 14, para investigar a ação de ONGs na Amazônia, está ocupando a agenda do senador Márcio Bittar (União) desde o começo de junho. Logo no dia 1º, o senador esteve em São Paulo com o colega Plínio Valério (PSDB-AM) fazendo um verdadeiro tour para divulgar a CPI nos veículos de comunicação da capital paulista. O senador relata que a agenda paulistana contou com reuniões com o presidente do grupo Band TV, João Carlos Saad; com Sílvio Navarro e Augusto Nunes, da Revista Oeste e com Marcelo Carvalho e André Ramos da Jovem Pan News. As visitas terminaram na Folha de S. Paulo em reunião com os jornalistas Flávia Lima, Fábio Haddad e Guilherme Seto. A CPI das ONGs visa apurar os caminhos percorridos por repasses de dinheiro público e privado entre 2002 e 1º de janeiro de 2023.
