27 de abril de 2024

Antônia Lúcia teria sequestrado filho mais velho de Gabriela e tramado assassinato do próprio pai

Deputada será acusada de sequestrar filho mais velho de Gabriela Câmara, que foi mãe aos 16 anos e quase não viu o filho

Dossiê bombástico

No pacote de denúncias que deve ser apresentado na semana que vem ao Conselho de Ética da Câmara dos Deputados pelo deputado estadual Manoel Moraes (PP) contra a deputada federal Antônia Lúcia (Republicanos-AC), com pedido de cassação do mandato da parlamentar, virá à tona mais detalhes sórdidos da briga familiar desses políticos. Moraes vai recorrer aos aliados na mesa diretora da Câmara e no Conselho de Ética para dizer que o mandato de Antônia Lúcia deve ser cassado por crimes comuns de ordem penal, como o sequestro de crianças e trama para o assassinato do próprio pai da deputada.

Ao dossiê do deputado estão sendo juntadas fotografias e depoimentos de pessoas, além de reportagens dos fatos e que agora, por conta da briga familiar, estão sendo desenterrados.

Deputado Manoel Moraes, líder do Governo. Foto: Juan Diaz/ContilNet

Bebê sequestrado no passado

Segundo informações repassadas ao ContilNet, o sequestro de crianças por parte de Antônia Lúcia não vem de agora. Um membro da família diz que Gabriela Câmara, quando tinha apenas 16 anos e foi mãe pela primeira vez, perdeu o filho sequestrado pela matriarca da família. Já adulto, o rapaz, cuja identidade vem sendo preservada, teria sido sequestrado ainda bebê para que a família, de orientação religiosa evangélica, escondesse da igreja e dos irmãos a gravidez e a maternidade precoces de Gabriela, que praticamente não teve contato com o filho.

Fantasma no armário

Outro capítulo não menos escabroso nesta novela de sordidez que envolve a briga da família é o assassinato do delegado Lucena, em Senador Guiomard, morto a tiros de forma misteriosa e cujo autor do crime, mais de três décadas depois, jamais foi descoberto. O assassinato do velho delegado faz parte da galeria dos chamados crimes insolúveis, como eram definidos no passado os assassinatos de autoria desconhecida.

No caso da morte do delegado, a causa seria o fato de Antônia Lúcia, na época ainda uma adolescente, namorar um homem casado da cidade e cujo namoro era reprovado pelo velho delegado. Como o namorado da adolescente era uma autoridade de alta patente no Acre da época, ele teria mandado executar o delegado, com a anuência da filha.

São esses fantasmas do armário do deputado que Manoel Moraes garante que vai mostrar em Brasília. Essa novela de viés mexicano parece não ter fim.

Deputada Antonia Lúcia/Foto: Arquivo

Amabilidades do MDB e UB

O primeiro suplente de deputado federal e presidente da executiva municipal do União Brasil em Rio Branco, médico Fabio Rueda, foi visto reunido com os chamados “cabeças brancas” do MDB, como são chamados os dirigentes do Partido ao qual está filiado o ex-prefeito petista Marcus Alexandre para disputar a Prefeitura em 2024. Disseram os dirigentes do MDB e pessoas ligadas a Rueda que a visita foi em retribuição a uma visita do MDB ao União Brasil. Tantas amabilidades, na verdade, não acontecem por acaso.

Operação Caça-Vice

A cortesia entre as duas agremiações têm vistas às eleições municipais de 2024. É que o MDB e o próprio Marcus Alexandre começam a enxergar dificuldades para encontrar um candidato a vice que possa ampliar a aliança com “O Glorioso”. O MDB andou namorando o PSD do senador Sérgio Petecão, mas como o parlamentar e seu Partido sinalizam apoio à candidatura governista de Alysson Bestene, foi acesa a luz vermelha para a operação Caça-Vice para Marcus Alexandre.

Sem o PSD, restaria ao MDB e a seu pré-candidato buscarem um vice entre os apoiadores como o PT, PV, PCdoB e até o PB de Jenilson Leite, caso este não viabiliza sua candidatura à Prefeitura. Mas isso é algo impensável para aliados e o próprio Marcus Alexandre.

Alternativa à centro-direita

É neste item que são justificados os encontros e as amabilidades do MDB com o UB. É que, com um vice de qualquer dos partidos vinculados com esquerda e que governaram o Acre por 20 anos até o final de 2018, Marcus Alexandre teria dificuldades para encarnar o discurso de que nada tem a ver com o petismo que a população acreano tanto demoniza atualmente.

Assim, as atenções se voltam para os partidos alinhados à centro direita e com os quais o MDB já compõe em Brasília, inclusive na Esplanada dos Ministérios do Governo Lula III.

Rejane Holanda de vice

Na “Operação Caça-Vice” para Marcus Alexandre, o UB pode vir a ser a solução ao oferecer o nome da deputada Rejane Holanda, esposa do médico e deputado federal Eduardo Veloso. Profissional de alta credibilidade, afável, cabo-eleitoral dedicada do marido e grata revelação de quadros novos na política local, o nome de dra. Rejane, como é conhecida, começa a crescer e não seria surpresa se, enfim, o UB coligar-se com o MDB e apontasse a médica como candidata vice.

Nome de combate à xenofobia

A princípio, caso se confirmasse a relação do UB com o MDB, chegou-se a cogitar o nome do próprio Fábio Rueda como provável vice de Marcus Alexandre, mas alguém logo lembrou que tanto o candidato a prefeito como o futuro possível vice não são acreanos – um de São Paulo e o outro, do Pernambuco. Logo uma chapa assim seria facilmente combatida pelo chamado acreanismo e estaria, do ponto de vista da xenofobia, condenada ao fracasso.

Como MDB não pode nem de longe pensar numa chapa chamada “puro-sangue”, com o vice saindo das hostes do próprio MDB, é neste cenário que o nome de Rejane Holanda, integrante de uma tradicional família de acreanos, volta a crescer.

Jéssica Sales

Na mesma reunião em que Fábio Rueda visitou cordialmente os caciques do MDB, um deles, o ex-deputado e ex-prefeito Vagner Sales insistia que sua filha, a ex-deputada Jéssica Sales, seria candidata à prefeitura de Cruzeiro do Sul. Mesmo com toda a ênfase do deputado, muitos do emedebistas do Vale do Juruá não vêem mais tanta clareza numa possível candidatura da ex-deputada à Prefeitura.

É que Jéssica Sales estaria bem empregada como médica em Brasília e com uma vida tranquila. Neste sentido, jogar um alto salário para o alto para vir morar em Cruzeiro do Sul, seria muito sacrifício para a jovem ex-deputada.

Aliança em Cruzeiro do Sul

Não por acaso, o UB sonha com um aliança com o MDB e com o PP do prefeito Zequinha Lima também em Cruzeiro do Sul, a segunda maior cidade do Acre. Em caso de o MDB não emplacar o vice de Zequinha Lima, que seria o irmão de Jéssica Sales, Fagner Sales, que também titubearia em relação ao cargo, o UB indicaria o nome do Sargento Adonis, candidato do extinto PSL à Prefeitura da cidade em 2020 e que se sagrou uma nova liderança política à direita na região.

Alan Rick se manifesta

Ao ser informado da movimentação de dirigentes do UB com vistas à eleições municiais, o presidente regional da sigla, senador Alan Rick, que está em missão oficial no México e que deve junta-se ao ex-presidente Jair Bolsonaro e ao senador Marcio Bittar na solenidade de posse do novo presidente argentino, Rafel Millei, em Buenos Ates, no domingo (10), se manifestou. Disse que Rueda e outros dirigentes do UB “podem conversar com quem quiserem”, mas lembrou que as decisões sobre o futuro de alianças serão da excutiva estadual, ouvindo seus parlamentares.

Gladson tem números a mostrar

Já o governador Gladson Cameli, que retorna de Dubai após participar da COP 28 nos Emirados Arábes, a despeito das críticas dos adversários e da torcida por seu infortúnio junto ao STJ (Superior Tribunal de Justiça), continua com bons motivos para manter-se rindo muito e fazendo suas dancinhas por onde passa. É que o Acre encerrará o terceiro semestre de com a menor taxa de desemprego do país, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísitca (IBGE), por meio da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua). O índice registrado no período foi de 6,2%.

Recuo na informalidade

Ainda de acordo com o IBGE, o percentual é o mais baixo dos últimos 11 anos, quando foi iniciada a série histórica deste tipo de avaliação. Em relação ao segundo trimestre, o recuo contabilizado foi 3,9%. A força de trabalho no Estado é de 340 mil pessoas. Deste montante, cerca de 319 mil possuem algum tipo de ocupação e assim o Acre registra a menor taxa de desemprego dos últimos 11 anos e a informalidade também recuou de 46,6% no terceiro trimestre de 2022 para 44,5%, em comparação com o mesmo intervalo deste ano. Os setores da indústria e serviços foram os que mais contribuíram com a abertura de novas vagas no mercado de trabalho.

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