De aprendiz à dona de escola de dança, conheça a história da acreana Jay Maciel

Jay Maciel é natural de Sena Madureira e criou a Jay Maciel Escola de Dança

O Dia Internacional da Dança é uma celebração da arte da dança e dos profissionais que dedicam suas carreiras a difundi-la entre a população. Instituído pela UNESCO em 1982, no Brasil, a data também comemora a contribuição de Marika Gidali em 1971. Junto com Décio Otero, a bailarina fundou o Ballet Stagium em São Paulo, introduzindo uma abordagem inovadora à dança.

“A sensação, para mim, de dançar enquanto bailarina é uma sensação de liberdade, de contemplação”, afirma Maciel/Foto: Cedida

Aos 26 anos, Jayne Lima Maciel é professora de dança e bailarina em Rio Branco. Nascida em Sena Madureira, é também fundadora da “Jay Maciel Escola de Dança”. Ela compartilha como a dança tem transformado sua vida.

Ao ContilNet, a professora revela os bastidores da criação de sua escola, seus projetos futuros e a mensagem que acredita estar transmitindo para seus alunos e público neste dia simbólico.

O primeiro ato

“Eu acredito que aos 12 anos comecei a dançar na igreja e, já adulta, aos 19 quase 20 anos, iniciei no ballet. Passei por uma seleção para obter uma bolsa em uma escola e fui aprovada como aluna”, comenta Maciel sobre como o ballet entrou em sua vida.

Aos 26 anos, Jayne Lima Maciel é professora de dança e bailarina em Rio Branco/Foto: Cedida

Após se tornar bolsista, a bailarina virou amiga de uma outra aluna que tinha um projeto social de dança na comunidade. Sem remuneração, ela começou a dar aulas, como uma aprendiz de professora. Assim, ela se iniciou profissionalmente.

Em 2022, Maciel se tornou coordenadora da escolam, onde era bolsista, após a saída dos donos. Contudo, as pessoas ao redor dela a aconselhavam a abrir um empreendimento só dela. Com o apoio destas pessoas, decidiu abrir a escola. Ela conta mais detalhes:

“Uma amiga minha, que era dona de outra escola, estava de saída e planejava fechar a escola. Ela me ofereceu para comprar os equipamentos que ela tinha. Assim, acabei comprando os materiais da escola e alugando o prédio. Surgiu a ideia da escola porque eu tive a oportunidade e também o desejo, apesar de pouco dinheiro para investir. Mas deu certo!”, disse.

O segundo ato

Em fevereiro deste ano, a escola de Maciel apresentou seu primeiro espetáculo: A Fantástica Fábrica de Chocolate. Pegando referência de um dos seus filmes favoritos da infância, ela conta como o processo foi significativo para sua carreira como professora:

A peça foi um sucesso de público e já tem uma segunda temporada garantida/Foto: Cedida

“No começo foi um pouco assustador, não vou mentir. Quando decidi fazer “A Fantástica Fábrica de Chocolate”, eu não tinha dimensão do quanto essa história era uma memória afetiva para muitas pessoas. Então, minhas dificuldades não foram em construir a história, mas sim em introduzi-la para os alunos e os professores, envolvendo toda a equipe na produção, na organização e na preparação”, falou sobre as dificuldades de montar a peça.

A apresentação foi um sucesso de público. Com as três datas com “casa cheia”, Maciel revela que as pessoas a pararam pedindo mais datas para o espetáculo. O que virou realidade. Em primeira mão ao ContilNet, Jay Maciel fala que “A Fantástica Fábrica de Chocolate” ganhará uma nova temporada em julho deste ano.

Maciel atuando em “A Fantástica Fábrica de Chocolate”/Foto: Cedida

“Acho que todas as dificuldades ficaram minúsculas perto de como foram as apresentações e a recepção do público”, relembrou.

Apenas o início

Jay Maciel conta que a mensagem que deseja transmitir para seus alunos, é a que ela gostaria de ter ouvido. Em um universo onde aos 20 anos, você já é considerado velho, a bailarina fala que “todo corpo é dançante”. Onde ter 30, 40, 50 ou 60 anos não importa:

“Quero transformar o ambiente em um lugar acolhedor, onde as pessoas se sintam bem-vindas, dançando da maneira que desejarem, e onde se sintam importantes e especiais fazendo parte da escola. Quero criar um ambiente confortável e acolhedor para aqueles que nos procuram”, afirma.

Alunos da escola de dança de Jay Maciel/Foto: Cedida

Ela afirma que faltam palavras para dizer da importância da dança em sua vida e como, através de seus movimentos, ela tenta passar para seus estudantes a “sensação de realização” que ela sente:

“O meu hobby é o meu trabalho, é o que eu gosto. A sensação, para mim, de dançar enquanto bailarina é uma sensação de liberdade, de contemplação. Como se naquele momento que eu estou dançando, fosse só eu e a música. Nada mais em volta existe. Enquanto professora, passo para os meus alunos essa sensação de realização. De poder passar para as pessoas, aquilo que um dia eu queria que tivesse sido passado para mim”, declara.

Em Sena Madureira, Maciel lembra que não tinha aula de dança ou ballet, porém, estar ensinando e dançando desta maneira, realiza os sonhos de sua criança. 

““A dança traz de volta algo que você sempre almejou, mas você nunca se sentiu capaz”, declara a professora/Foto: Cedida

Ao final, a bailarina manda uma mensagem para quem quer começar na dança, mesmo depois de uma idade mais avançada ou com receio de ser julgado:

“A dança traz de volta algo que você sempre almejou, mas você nunca se sentiu capaz e a sala de aula é um ambiente, que a gente tem para errar, para repetir, para refazer. Então, nunca é tarde para a gente começar. Eu acredito que não existe um corpo que seja velho demais ou cansado demais. Eu espero que as pessoas tenham um olhar mais carinhoso consigo mesmo”, conclui.

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