Sinais de vida inteligente? Busca é expandida para 2.880 galáxias

Nova pesquisa analisou a possibilidade de culturas que abrangem galáxias bem distantes da Via Láctea

Na incessante busca por respostas sobre a existência de vida inteligente além da Terra, uma nova pesquisa conduzida pelo Instituto Seti deu um passo ousado em direção ao desconhecido. Utilizando o Murchison Widefield Array (MWA), um poderoso radiotelescópio na Austrália Ocidental, os cientistas ampliaram a exploração para além das fronteiras da Via Láctea, focando em mais de 2.880 galáxias distantes.

O Instituto Seti (Search for Extraterrestrial Intelligence) é uma organização líder na busca por vida inteligente no universo, combinando pesquisa científica de ponta com tecnologias inovadoras para explorar as vastidões do espaço. Esta pesquisa marca um avanço significativo na procura por tecnossinaturas — sinais artificiais que indicariam a presença de civilizações tecnologicamente avançadas.

A pesquisa marca um avanço significativo na procura por tecnossinaturas/Foto: Wirestock/Freepik

Tradicionalmente, as buscas por vida extraterrestre têm se concentrado em estrelas dentro da nossa galáxia, onde a chance de encontrar sinais é teoricamente maior. No entanto, esta nova pesquisa inverte a abordagem, direcionando os olhos e ouvidos eletrônicos da humanidade para as profundezas do universo, onde centenas de bilhões de estrelas poderiam abrigar formas de vida avançadas.

Os pesquisadores, liderados por Chenoa Tremblay, do Seti, e S.J. Tingay, da Universidade Curtin, na Austrália, utilizaram o MWA para observar um campo de visão de 400 graus quadrados, localizado na direção do remanescente da supernova Vela. Essa área contém uma vasta população de galáxias, que os cientistas acreditam ser potenciais emissoras de tecnossinaturas. O estudo focou em sinais em uma faixa de frequência relativamente inexplorada de 98-128 MHz, onde esperava-se encontrar indícios de civilizações do tipo II ou III na Escala Kardashev — uma classificação que mede o nível de avanço tecnológico baseado na quantidade de energia utilizada por uma civilização, no caso, tipo II quando utiliza a própria estrela e tipo III da galáxia em que habita.

Apesar do otimismo, a pesquisa não encontrou sinais artificiais provenientes das galáxias observadas. No entanto, os cientistas conseguiram estabelecer limites rigorosos para o poder de transmissão necessário para que tais sinais fossem detectados. Segundo o estudo, uma civilização capaz de emitir um sinal detectável à distância observada precisaria de uma potência mínima de aproximadamente 10^22 watts, um valor dentro das expectativas teóricas para civilizações extremamente avançadas.

“Embora não tenhamos detectado sinais, este estudo é crucial para afunilarmos nossa busca pelo que chamamos de ‘palheiro cósmico’. Cada passo que damos nos aproxima de uma compreensão mais clara de onde e como devemos procurar”, escreveu Chenoa Tremblay, em artigo publicado na semana passada.

A pesquisa também destaca as capacidades únicas do MWA, que com seu grande campo de visão instantâneo e resolução de fonte pontual, oferece uma vantagem distinta sobre outros métodos de busca. A equipe de pesquisadores enfatizou que essa abordagem ampla e detalhada é essencial para cobrir as vastas distâncias cósmicas que estamos explorando.

Enquanto o silêncio das galáxias distantes persiste, os cientistas do SETI continuam a refinar suas técnicas e expandir suas buscas, confiantes de que a verdade pode estar lá fora. A pesquisa atual, apesar de não ter encontrado tecnossinaturas, representa um marco importante na exploração do cosmos e reforça o compromisso da humanidade em descobrir se estamos realmente sozinhos no universo.

“Continuaremos a procurar, aprimorando nossas ferramentas e estratégias, na esperança de que um dia possamos captar o eco de outra civilização”, concluiu Tremblay.

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