BRASÍLIA – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ordenou a retirada de correntes e algemas em brasileiros deportados pelos Estados Unidos e que chegaram ao Brasil na sexta-feira (24) em um voo que tinha com destino Confins (MG), mas ficou em Manaus (AM) por problema técnico.

Assim que deixaram o avião norte-americano, os deportados receberam assistência médica de equipe de saúde brasileira, em solo/Reprodução
O voo estava previsto para pousar no aeroporto da cidade mineira às 20h de sexta-feira, após uma parada na capital do Amazonas para abastecimento da aeronave da companhia norte-americana Global Crossing Airlines. Mas ela apresentou um problema no ar condicionado, o que fez com que alguns passageiros se sentissem mal.
Os norte-americanos queriam esperar outro avião vir dos EUA para seguir para Confins, mas, ao saber do plano por meio da equipe da Polícia Federal (PF) que trabalhava no terminal aéreo, o diretor-geral da instituição, Andrei Passos Rodrigues, entrou em contato com o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski.
O ministro telefonou para Lula e “destacou ao presidente o flagrante desrespeito aos direitos fundamentais dos cidadãos brasileiros”, segundo nota do ministério. Com a chancela de Lula, policiais federais entraram no avião norte-americano e determinaram a retenção dele, a imediata retirada das algemas e correntes dos deportados e a liberação dos brasileiros.
“Os brasileiros que chegaram algemados foram recebidos e imediatamente liberados das algemas pela Polícia Federal, na garantia da soberania brasileira em território nacional e dos protocolos de segurança em nosso país. A PF proibiu que os brasileiros fossem novamente detidos pelas autoridades americanas”, informou a PF em nota.
Entre os 158 passageiros a bordo, havia 88 brasileiros deportados dos EUA. Eles passaram a noite em um salão do aeroporto internacional Eduardo Gomes, em Manaus. No local, receberam bebida e comida. Também puderam descansar em colchões e usar banheiros com chuveiros.
Assim que deixaram o avião norte-americano, os deportados receberam assistência médica de equipe de saúde brasileira, em solo. E eles seguiram acompanhados por enfermeiros e médicos no espaço reservado dentro do aeroporto de Manaus.