Promotor aponta omissão e negligência de Tarcísio Araújo em caso da morte de Nayara Vilela

Três testemunhas afirmaram que os armamentos estavam frequentemente municiados

O promotor de Justiça Efraim Mendoza, do Ministério Público do Estado do Acre (MPAC), se pronunciou sobre o andamento do processo envolvendo Tarcísio Araújo, acusado de envolvimento na morte da influenciadora Nayara Vilela. Segundo ele, as evidências apontam que o réu concorreu para o desfecho trágico por meio de omissões e negligências graves, especialmente no contexto de violência psicológica e descaso com a saúde mental da vítima.

De acordo com o promotor, a acusação nunca foi de homicídio direto, como disparo de arma de fogo, mas sim de contribuição indireta à morte. “O ato de agredir psicologicamente a mulher já é, por si só, uma ação. Soma-se a isso o fato de ele ter impedido que ela continuasse com o tratamento psicológico e psiquiátrico. Como parceiro, ele tinha o dever de buscar ajuda. Ao negligenciar isso, contribuiu para o desfecho trágico”, afirmou.

Promotor de Justiça Efraim Mendoza/Foto: ContilNet

As testemunhas de acusação ouvidas até o momento corroboram os principais pontos da denúncia do MPAC. Segundo Mendoza, os relatos indicam que Nayara teve seu tratamento mental interrompido por influência do acusado. Além disso, há testemunhos que descrevem um padrão de comportamento misógino e machista por parte de Tarcísio, com o uso frequente de adjetivos pejorativos para diminuir a companheira.

Outro ponto grave revelado nos depoimentos foi o acesso facilitado da vítima a armas de fogo dentro da residência. Três testemunhas afirmaram que os armamentos estavam frequentemente municiados, sem trava de segurança, e em locais acessíveis.

O Ministério Público também destaca que, mesmo que o acusado negue as declarações feitas à polícia durante o interrogatório inicial, tais registros têm validade jurídica e contribuem para sustentar a acusação.

Sobre o próximo passo do processo, o promotor afirmou que há otimismo quanto à pronúncia do réu — etapa em que o juiz decide se o acusado deve ou não ir a julgamento pelo Tribunal do Júri. “Se ele for impronunciado, o Ministério Público vai recorrer. Caso seja pronunciado, a defesa certamente fará o mesmo. Quando houver o trânsito em julgado da pronúncia, o caso seguirá para julgamento popular. A partir daí, vamos pedir a condenação com base na legislação, cuja pena varia de 12 a 30 anos”, explicou Mendoza.

O promotor finalizou destacando a complexidade do caso, mas reiterou o compromisso do MPAC com a busca por justiça. “Não é um processo fácil, mas é preciso lutar por justiça, especialmente em casos de violência contra a mulher.”

Assista o vídeo:

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