Uma equipe de pesquisadores da Academia Chinesa de Ciências descobriu uma espécie de barreira misteriosa que parece estar impedindo os raios cósmicos de penetrarem no centro da Via Láctea. Ainda mais estranhamente, a mesma região aparenta estar acelerando esses raios a altíssimas velocidades.
De acordo com a pesquisa, que foi publicada na última semana na Nature Communications, é muito difícil obter uma leitura exata do que está acontecendo dentro da bola giratória de raios cósmicos excitados que constitui o centro de nossa galáxia.
Eventos altamente energéticos, como duas galáxias se chocando, ou objetos como buracos negros supermassivos, expelem tempestades de raios cósmicos, que são essencialmente prótons acelerados até quase a velocidade da luz por esses eventos e objetos celestes, que interagem com o campo magnético de nossa galáxia de tal maneira que parece formá-los no que é conhecido como “mar cósmico”.
Centro da Via Láctea teria um acelerador de partículas?
Segundo o site Futurism, a teoria desses cientistas é que existe um buraco negro supermassivo, chamado Sagitário A*, situado no centro da Via Láctea, que dispara os raios cósmicos em um redemoinho.
No entanto, a equipe descobriu que alguns desses raios foram incapazes de abrir caminho através da tal barreira densa para entrar no mar de raios cósmicos – a nuvem molecular central de poeira interestelar e gás hidrogênio.
Foram utilizados dados coletados com o Fermi Large Area Telescope, um observatório espacial que analisa uma série de fenômenos cosmológicos, incluindo explosões de raios gama e erupções solares.
Outros raios que não foram totalmente interrompidos por essa barreira primeiro diminuíram a velocidade e, em seguida, misteriosamente aumentaram de velocidade ao passar pela nuvem central, levando os pesquisadores a acreditar que há algo como um acelerador de partículas no centro da galáxia.
A resposta mais aparente para essa aceleração seria o Sagitário A* – mas a equipe não conseguiu chegar a uma conclusão definitiva, nem descartar outras explicações possíveis, como resquícios de uma supernova.
Em outras palavras, ainda há muitas perguntas quando se trata do centro turbulento de nossa galáxia, e essa nova pesquisa só comprova o quanto ainda há tanto para aprender.