O médico imunologista Guilherme Pulici, em entrevista ao ContilNet, explica sobre os casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) em crianças no Acre. O imunologista afirma que o aumento dos casos se deve ao período do ano, em que comumente, há uma disseminação maior dos vírus que causam síndromes respiratórias.
O imunologista afirma que é difícil afirmar que seja a Covid-19 por trás da alta desses casos, pois sempre houve um aumento de síndromes respiratórias neste período do ano, com os vírus sazonais. “Não podemos esquecer que é época de influenza e Vírus Sincicial Respiratório (VSR). O problema é que muitos adoeceram simultaneamente. É possível que seja uma sublinhagem da Ômicron, mas antes da pandemia sempre houve esse ‘boom’”, diz.
Para Pulici, a melhor medida para conter os casos de SRAG no Acre é ampliar e equipar Unidades de Tratamento Intensivos (UTI) pediátricas, semi-intensivas pediátricas, além de aumentar o número de pediatras na linha de frente nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e Pronto Socorro, e reconhecer esses profissionais, que ficam sobrecarregados neste período do ano.
Ao ser questionado sobre o retorno do uso obrigatório de máscaras pelo Estado, o médico diz que o grupo mais afetado são bebês e crianças com até 2 anos de idade, grupo que se torna mais difícil cobrar o uso da máscara de proteção. “O Estado deveria, provavelmente, tornar obrigatório o uso de máscaras novamente, mas a doença compromete justamente esse grupo de crianças, principalmente as que frequentam creches e escolas”, diz Pulici.