O cantor Leonardo, a filha de Leandro, Lyandra Mota, e outros famosos, compartilharam homenagem a Leandro, nesta quinta-feira (23), no dia em que se completa 24 anos da morte dele. O cantor foi vítima de um câncer raro aos 36 anos e morreu no dia 23 de junho de 1998, interrompendo a trajetória da dupla que formava com o irmão Leonardo desde pequeno.
“24 anos de saudades, meu irmão Leandro! Não há um só dia que não penso em você. Te amo. Saudade que dói!”, escreveu Leonardo.
Nas redes sociais, Lyandra também lamentou não ter mais o pai ao seu lado.
“24 anos sem meu pai, mas hoje com meu filhote nos braços”, escreveu em publicação.
A influenciadora digital e filha de Leonardo, Jéssica Beatriz, também fez uma publicação em homenagem ao tio, onde não poupou palavras para ressaltar o grande legado deixado pelo cantor.
“Meu amor, respeito e admiração são eternos! Assim como o Brasil, que até hoje canta e chora com a sua partida. Seu legado e família são muito especiais. Obrigada por ter deixado cada um desses tesouros para nós”, escreveu Jéssica.
A própria esposa do cantor Leonardo, Poliana Rocha, também homenageou o cantor neste dia.
Poliana esposa Leonardo homenagem Leandro — Foto: Reprodução/Instagram
Diversos fãs e admiradores saudosos também fizeram homenagens através das redes sociais.
Filha do cantor Leandro, Lyandra compartilha homenagem ao pai no dia em que se completa 24 anos da morte dele. — Foto: Reprodução/Instagram
Luiz José da Costa, como foi batizado, nasceu em 15 de agosto de 1961, em Goianápolis, onde foi criado com os outros sete irmãos. A cidade é conhecida como a capital brasileira do tomate.
O cantor é descrito por pessoas próximas como um homem de hábitos simples, extrovertido com os íntimos e muito reservado com quem ainda não conhecia.
Na época de menino, ele e Emival Eterno da Costa, que viria a ser sua dupla com o nome artístico de Leonardo, já ouviam os ídolos Chitãozinho e Xororó e recebiamo incentivo do pai, o lavrador Avelino Virgulino da Costa, que estava sempre acompanhado de um violão.
A Escola Estadual Joaquim Soares da Silva, onde Leandro estudou, em Goianápolis, guarda até hoje a ficha com detalhes da vida de estudante dele. No colégio, o sertanejo se destacava nas aulas de história, mas não tanto em matemática.
Leandro fazia a segunda voz na dupla com o irmão, mas cantava músicas solo e era destaque entre as segundas vozes do Brasil Goiás — Foto: Reprodução/TV Anhanguera
Música e política
Além do sonho de ser cantor, Leandro queria também entrar para a política. “Ele falava muito que queria cantar até os 50 anos e que, depois, pararia e se candidataria a senador pelo estado de Goiás”, como recorda o também horticultor Jair de Sousa Leite.
Para se dedicar à carreira, os irmãos se mudaram para Goiânia, conseguiram trabalhos para se sustentar na capital enquanto passavam todo o tempo livre nos ensaios.
Leandro e Leonardo formaram dupla de sucesso por 15 anos Goiás — Foto: Reprodução/Instagram
Leandro e Leonardo
Com ajuda de um tio e do patrão do Leonardo, a dupla passou a investir na carreira com apresentações pequenas e que não rendiam muito dinheiro. Na época, eles escolheram o nome da dupla ao saberem de gêmeos de um colega de trabalho que haviam sido batizados como Leandro e Leonardo.
Mesmo com dificuldades financeiras, a dupla lançou o primeiro disco em 1984 e vendia os exemplares nos bares onde se apresentava. Os irmãos começaram a ficar conhecidos dois anos depois, com a gravação da música Contradições, mas o estouro ocorreu em 1989 no lançamento da canção Entre Tapas e Beijos.
No ano seguinte, Leandro e Leonardo gravaram a música que mais projetou a carreira da dupla: Pense em Mim. A música foi escrita pelos pintores Mário Soares, Douglas Maio e José Ribeiro. A canção começou a ser criada com uma batida de reggae, depois migrou para o estilo country antes de ser gravada como sertanejo.
Depois do sucesso, a dupla ganhou projeção nacional, mas manteve a personalidade que os familiares e amigos conheciam desde a infância.
Leandro (esquerda) e Leonardo em capa de disco de 1990 — Foto: Divulgação
Na dupla, Leandro fazia a segunda voz na dupla com o irmão, mas cantava músicas solo e era destaque entre as segundas vozes do Brasil.
Apesar da timidez, depois que subia no palco, Leandro encatava. Os artistas afirmam que o cantor era dono de uma das mais belas segundas vozes da música brasileira. Outros “segundeiros” contam que se inspiram até hoje no jeito dele de cantar.
O sertanejo chamava a atenção nas apresentações e até cantava algumas canções sozinho.
O câncer
No auge da carreira, em 1998, Leandro foi passar uns dias com amigos em sua fazenda no Tocantins e se queixou de dores no peito. Depois de uma semana, durante uma visita à cidade natal, o cantor voltou a se sentir mal durante um jogo de truco.
Preocupado com a saúde, ele foi atrás de saber o que era e, em 21 de abril daquele ano, Leandro recebeu o diagnóstico de tumor de Askin. Segundo a família, na época, ele era o sexto caso da doença, em adultos, no mundo. O cantor, então, foi para São Paulo, onde passou pelo tratamento.
Durante um dos jogos do Brasil na Copa de 1998, que Leandro acompanhava do apartamento na capital paulista, ele pediu à assessora Ede Cury uma bandeira. Durante um programa Domingão do Faustão, ela conta que o levou um manto verde e amarelo que tinha em casa porque não teria como comprar uma bandeira na rua e entregar a ele sem esterilizar.
Momentos depois, ele apareceu na sacada, já careca e envolto no tecido.
O adeus a Leandro
No dia 23 de junho de 1998, quando os brasileiros se preparavam para assistir à seleção brasileira enfrentar a Noruega, pela Copa do Mundo, na França, foi divulgada a notícia da morte do cantor. O Brasil parou para acompanhar o despedida do ídolo, que, após uma semana internado, não resistiu ao tumor.
Filho de Leandro, o empresário Thiago Costa, que na época tinha 13 anos, conta que o pai tinha esperança que ia se recuperar.
Leandro aparece na sacada de apartamento em São Paulo careca e envolto em tecido amarelo e verde Goiás — Foto: Reprodução/TV Globo
“Ele teve coragem e mostrou que não pode esmorecer. Mesmo com a gravidade da doença, ele tinha fé que seria curado”, diz Thiago.
O filho do cantor conta que tinha esperança, até dois dias antes do pai falecer, pois um empresário do pai relatou que Leandro tinha apenas 2% de chance de sobreviver. O dia 23 de junho ficou marcado para Thiago.
“Minha tia Mariana deu a notícia, no elevador: ‘Olha, o papai descansou’. Foi uma perda muito grande para todos que gostavam dele, era muito novo. Hoje, estou quase na idade dele e vejo que, realmente, tinha uma vida toda pela frente”, afirma.