“Farei o tanto que puder”, diz homem no AC que faz doação de sangue há 30 anos

“Fazer o bem sem olhar a quem” é uma expressão usada há vários anos para se referir a boas ações com pessoas desconhecidas e o gerente comercial José Fernando tem a frase como um lema de vida desde que começou a doar sangue há 30 anos.

Fernando iniciou a vida de doador em 1992, quando ingressou no Exército Brasileiro e precisou fazer a primeira doação na Fundação Hospitalar de Hematologia e Hemoterapia do Amazonas (Hemoam) em Manaus, onde morava. “Quando ingressei, era obrigatório e eu fui pela primeira vez, eu lembro que muitos passaram mal, mas eu fiquei tranquilo. O rapaz que trabalhava lá disse que só precisava continuar doando sangue quem quisesse. Eu nunca mais parei”, relembra.

Fernando em uma das vezes que foi doador. Foto: Arquivo pessoal

O gerente conta que começou a doar a cada três meses e depois aumentou a frequência para o intervalo de dois meses, o limite permitido para as doações. “A gente sempre pegava folga quando fazia a doação e mesmo depois que saí do exército, nunca deixei de ir. A única vez que precisei parar foi quando fui doador de um dos meus rins. Precisei ficar sem doar por um ano, mas depois que completou, eu fui e doei mais uma vez”, diz.

Pelas diversas doações, o gerente comercial já ganhou um certificado de agradecimento por ser doador e algumas vezes foi convidado para comemorações em alusão ao Dia Nacional do Doador de Sangue, celebrado dia 25 de novembro. “Eu já recebi camiseta de campanha de doação de sangue, já fui convidado para café da manhã e outras comemorações. É muito gratificante. Eu sempre vou, levo amigos, alguns têm medo e outros se encorajam e vão. Não dura 10 minutos, é saudável e rápido. Se for detectada alguma doença, você já pode ser encaminhado para tratamento, é bem bacana”, diz Fernando.

Em 2005, Fernando recebeu um certificado de agradecimento por ser doador de sangue. Foto: Arquivo pessoal

Além de doar sangue, Fernando também é doador de órgãos e tecidos com direito a carteirinha, além de ser registrado na doação de medula óssea. “É gratificante saber que posso ajudar até quatro vidas com uma única doação. Eu nunca parei de doar porque lá em Manaus, em época de final de ano e carnaval tinha registros de acidentes e tentativas de homicídio e o banco sempre ficava carente”, explica.

Fernando e um amigo no ato da doação. Foto: Arquivo pessoal

Outra doação

Com a satisfação que sente em ajudar, viu em uma conhecida a vontade de viver e decidiu entrar com uma ação para obter um alvará judicial que o permitisse doar um rim para a mulher que estava com uma doença em estado terminal, onde a única saída era o transplante renal. “Eu entrei na justiça para ajudá-la, ganhei o direito de fazer a doação em vida para ela. Fizemos a cirurgia em 18 de março de 2016, no Hospital Beneficência Portuguesa, em São Paulo, por isso precisei ficar um ano sem doar sangue”, conta.

Hemoacre

O Centro de Hematologia e Hemoterapia do Acre (Hemoacre) realiza neste mês o Junho Vermelho, mês de conscientização para a doação de sangue e promove campanhas para novas doações para o banco.

As doações de sangue podem ser realizadas no Hemoacre, em Rio Branco, das 7 às 18h, de segunda a sábado, inclusive nos feriados. É preciso levar documento oficial com foto; sentir-se bem de saúde; ter dormido no mínimo 6 horas na noite anterior; estar bem alimentado antes de doar;  ter acima de 50kg; não ter consumido bebida alcoólica nas últimas 12 horas; ter entre 18 e 69 anos. Menores de 18 só podem doar mediante consentimento dos pais ou responsáveis.

O intervalo mínimo entre uma doação de sangue e outra é de dois meses para os homens, e de três meses para as mulheres.

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