Pimenta: a campanha nem começou, mas a disputa pela Prefeitura chegou até na Aleac

MDB expõe a discórdia que povoa as entranhas da sigla quando se divide em torno da filiação e candidatura do ex-prefeito Marcus Alexandre

Unanimidade

O deputado Tanízio Sá, líder do MDB na Aleac, tornou-se porta-voz em defesa da filiação de Marcus Alexandre ao partido em confronto direto com seu correligionário, Emerson Jarude. “Quem é que não quer o Marcus? O Edvaldo queria, o Eduardo Ribeiro queria. Qualquer partido queria. É o cara mais preparado para administrar a capital do Acre. Até o PP, partido do governador queria”, disse Tanízio usando a tribuna da Aleac na sessão de terça-feira (9).

Sonho meu

Jarude já deixou claro que não quer, assim como o vereador Marcos Luz, dois emedebistas jovens confrontando toda uma corporação de caciques e militantes históricos. Jarude já anunciou que quer ser o candidato do partido. Porém, é líquido e certo, como disse Tanízio Sá, que em uma disputa interna Marcus Alexandre vence com facilidade.

Tá escrito

Está na leitura do estatuto, ou regimento interno, a solução para o confronto entre os diretórios Regional e Municipal do MDB em torno da filiação e possível candidatura à Prefeitura da capital do ex-petista Marcus Alexandre. Segundo emedebistas históricos que conhecem profundamente as entranhas do partido e a cultura de seus militantes, o Diretório Regional não pode impor um candidato ao Diretório Municipal, como deseja sua cúpula. Mas, o Diretório Municipal também não pode rejeitar a filiação de Marcus Alexandre ou de quaisquer outros cidadãos quites com suas obrigações eleitorais. Uma vez filiado, qualquer cidadão pode pleitear candidatura e disputar eleição desde que tenha aprovação da maioria do Diretório Municipal.

Protagonistas

Os senadores Márcio Bittar (União) e Sergio Petecão (PSD) mais uma vez estiveram sob holofotes em sessões do Senado nesta terça-feira (9). Bittar abriu a sessão na condição de presidente em exercício e Petecão presidiu uma sessão da Comissão de Segurança Pública.

Vassalagem

Márcio Bittar também foi à tribuna onde acusou o presidente Lula de ser submisso ao rei Charles III quando este lhe pediu para “cuidar da Amazônia”. De acordo com o senador, a Inglaterra não tem um histórico conservacionista nem dentro de seu território, com mais de 90% de sua cobertura vegetal devastados. Bittar poupou o rei da culpa pelos mais de cinco séculos de devastação e matança indiscriminada da vida selvagem nas colônias britânicas espalhadas pelo mundo. “Não tem lição pra dar pra nós”, finalizou.

Bittar também fez longo discurso contra a manutenção da prisão de bolsonaristas que acamparam na frente dos quarteis em Estados onde não teve depredação e nem invasões. “Estão cumprindo pena sem serem julgados, sem ter uma denúncia formalizada”, observou.

Dá um tempo

Petecão teve que bater boca com o colega Magno Malta (PL) por conta da distribuição de tempo para as intervenções de cada parlamentar. Malta queria mais 30 segundos para inquirir o ministro Flavio Dino, que ele convocou por requerimento para esclarecer seu plano de metas para a segurança nos próximos anos.

Ironia

  • O senhor me pediu um e eu lhe dei três minutos, senador! Não vou lhe dar mais nem um segundo! Disse Petecão.
  • Não precisa levantar a voz, retrucou Magno Malta.
  • Eu não levantei a voz, é que eu sou grande, devolveu o acreano.
  • Não me venha com ironias!, disparou o capixaba.

PCN

O coordenador da bancada federal do Acre, senador Alan Rick (União), está orientando os prefeitos para que agilizem a elaboração de projetos de engenharia para aproveitamento das emendas que contemplam obras pelo Programa Calha Norte (PCN). Ele lembra que são R$ 97 milhões disponíveis para convênios, dependendo apenas da apresentação de projetos. Para orientar os prefeitos, o PCN dispõe de um manual com normas e instruções de apenas 353 páginas.

Memória

Subordinado ao Ministério da Defesa, o Programa Calha Norte foi criado no início do governo José Sarney, em 1985. Na época, os objetivos declarados eram a proteção e o povoamento das fronteiras do Brasil com a Bolívia, o Peru, a Colômbia, a Venezuela, a Guiana, o Suriname e a Guiana Francesa.

Terror

Quando foi criado, na década de 1980, os militares brasileiros tinham paranoias sobre hipotéticas invasões das fronteiras por guerrilheiros das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) e do peruano Sendero Luminoso. Houve registro de que pelo menos uma centena de colombianos entraram no Brasil em 1985 e fizeram reféns em busca de mantimentos.

Esquecimento

Sob Collor de Mello, no início da década de 1990, o Calha Norte foi posto e banda. Sob Fernando Henrique Cardoso, em 1995, a Secretaria de Assuntos Estratégicos articulou reuniões interministeriais para estudar o fortalecimento do programa. Começou a receber um volume maior de recursos num aceno generoso de FHC para as enfraquecidas Forças Armadas.

Infra

Atualmente o PCN alcança 783 municípios distribuídos em dez estados, correspondendo a 56% do território nacional onde habitam cerca de 24 milhões de pessoas, dentre as quais se incluem 85% da população indígena do Brasil. Seus recursos são aplicados em obras de infraestrutura como construção e recuperação de estradas, pontes, portos, aeroportos, distribuição de água potável, geração de energia, apoio à agricultura familiar e à pesca, além de programas de capacitação e qualificação profissional.

Na ponta

Empossado segunda-feira (8), como superintendente regional da Pesca e Aquicultura do Estado do Acre, Paulo Ximenes declarou que sua missão é levar o trabalho do Ministério para quem está na ponta, ou seja, ao pescador. Poderia ser para outro público? Ximenes é advogado, administrador e perito agrário. Em 2022 tentou uma cadeira de deputado estadual pelo PSD, partido de Petecão, seu patrono no cargo federal.

Fakes

Não parece muito estressante chefiar a pasta da Pesca no Acre, exceto alguma dor de cabeça relativa à cassação de licenças de pescadores acusados de manter vínculos empregatícios em outras atividades. Há dois anos foram cassados 5.362 pescadores profissionais do Brasil inscritos e licenciados no Registro Geral da Atividade Pesqueira. Quase 80 deles no Acre. Os pescadores profissionais recebem um auxílio de um salário mínimo por quatro meses durante o período de defeso, quando a pesca é proibida, entre setembro e fevereiro, na piracema.

Pepinos

As cassações de 2021 ocorreram no âmbito da Secretaria de Pesca e Aquicultura do Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), agora transformada em Ministério. Paulo Ximenes está herdando os recursos apresentados pelos pescadores cassados e um processo de recadastramento no Registro Geral da Atividade Pesqueira com prazo até 30 de setembro. O recadastramento é obrigatório. Quem não fizer tem a licença de pescador cassada. O prazo também vale para pescadores que têm o protocolo de registro e que fizerem o pedido para regularização de suas licenças.

Festa no interior

Em festa desde segunda-feira (8), para comemorar seu 47º aniversário de emancipação política, Assis Brasil espera público recorde neste fim de semana, quando ocorre a apoteose das comemorações, com o Carnassis, entre sexta-feira, 12 e domingo, 14. O carnaval fora de época contará com a presença da banda baiana, Babado Novo.

Atrito

Em Porto Walter, o radialista Odair José da Silva Mota, ex-vereador (Progressista) entre 2013 e 2016 foi condenado a pagar indenização de R$2 mil por danos morais ao empresário Emerson Elias Rodrigues Barbary. A juíza Rosilene de Santana Souza, do Juizado Especial Cível da Comarca de Cruzeiro do Sul, considerou que o radialista estimulou discórdia e revolta ao criticar uma ação de reintegração de posse em favor de Barbary para a desocupação de terras que ele reivindica como suas.

Muro baixo

Usando uma transmissão de rádio, Odair Mota teria chamado a reintegração de posse de uma covardia contra pais de família que perderiam tudo. E que nunca mencionou o nome do autor da ação. A juíza, porém, lembrou que em Porto Walter o fato era tão conhecido que dispensava nomes. E ele não falou da tribuna, usou as ondas indiscretas do rádio. Ainda cabe recurso.

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