A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga a atuação de ONGs na Amazônia Brasileira, cumpre diligências em uma audiência pública na Assembleia Legislativa do Acre (Aleac) nesta sexta-feira (20), em Rio Branco.
O presidente da CPI, senador Plinio Valério (PSDB/AM), abriu a sessão informando que o grupo deve apresentar uma denúncia formal ao Ministério Público Federal após ouvir os relatos de moradores da Reserva Extrativista Chico Mendes, entre os municípios de Xapuri, Brasiléia e Epitaciolândia.
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De acordo com o presidente, o prazo para que a denúncia seja protocolada é até a próxima quarta-feira, 25 de outubro.
“Nós ficamos de coração partido lá na Reserva Chico Mendes. Não tem como a gente, como cidadão, como marido, pai, ouvir relatos de que colocaram fuzis na cabeça de uma mulher. Deram tapa em pai de família, de que destruíram pontes, de que não se pode plantar e nem colher. Mas do indignados, nos deixou entristecidos”, disse Plinio.
Denúncias
Na audiência pública em Epitaciolândia, os senadores ouviram denúncias feitas por moradores da Reserva Chico Mendes.
A principal denúncia feita pela moradora foi em ralação a prestação de socorro às vítimas que vivem nas partes mais isoladas da Resex. “No local que não é aberto para ramal, lá tem um helicóptero disponível para levar uma criança doente. Mês passado, onde nós mora, morreu um amigo nosso, com uma paulada na cabeça. Infelizmente ele faleceu, porque ninguém conseguiu retirar ele do local. Trouxemos ele na rede. Morreu no meio do caminho”, declarou uma delas.
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A moradora falou ainda sobre o limite de produção estabelecido pelo ICMBio na Resex e isolamento da comunidade por falta de acesso a licenciamento de abertura de ramais.
Moradores também relataram sobre uma operação do ICMBio, realizada em parceria com a Polícia Federal e da Força Nacional, que prendeu moradores da Resex. “Colocou um pai de família, que tá lá dentro da reserva, muito antes da criação da Resex, sob a mira de um fuzil L-47”.