Centro, direita ou esquerda? Qual o espectro político dos principais pré-candidatos a prefeito

Além de levar em consideração a sigla partidária em que o político está filiado, vamos levar em consideração também o histórico de posicionamentos pessoais

Quando se fala em ideologia e espectro político, uma série de termos vem a nossa cabeça. Dentre os mais difundidos estão esquerda, direita, centro, progressismo, conservadorismo, comunismo, socialismo, anarquismo, social democracia, capitalismo, liberalismo, fascismo, nazismo, entre tantos outros.

Todos esses termos acabam sendo absorvidos por dois grandes guarda-chuvas: a esquerda e a direita.

Bocalom, Marcus Alexandre, Alysson Bestene, Emerson Jarude e Jenilson Leite foram as figuras avaliadas/Foto: Reprodução

Direita ou esquerda?

Os termos direita e esquerda tiveram origem na Revolução Francesa, episódio que deu fim à monarquia absolutista na França e criou uma Assembleia Geral. E foi justo nessa Assembleia que dois grupos políticos, jacobinos e girondinos, ganharam protagonismo e foram os embriões do que se considera hoje esquerda e direita.

Os jacobinos eram compostos por pessoas da baixa burguesia, como artesãos e pequenos proprietários de terra, e defendiam que as mudanças da revolução fossem ainda mais profundas, por meio da formação de uma república. Já os girondinos, compostos por membros da alta burguesia, como os comerciantes e banqueiros, acreditavam que as mudanças necessárias já tinham ocorrido com o fim da monarquia absoluta e a formação de uma Assembleia Nacional Constituinte.

Durante as sessões da Assembleia, quem se identificava com as ideias dos jacobinos ficava à esquerda, e quem se identificavam com as ideias dos girondinos, à direita. Dessa forma, a definição de esquerda e direita se formou.

Guarda-chuvas

Mas embaixo desses guarda-chuvas de direita e esquerda, há uma infinidade de correntes ideológicas.

Para Norberto Bobbio, filósofo político, historiador do pensamento político e escritor italiano, o principal aspecto que distingue esquerda de direita são as posições delas fazem do ideal da igualdade. A esquerda tende a defendê-lo com mais vigor do que a direita, de acordo com Bobbio.

O intelectual italiano defendia ainda que as noções de liberdade e autoritarismo são elementos importantes para diferenciar a ala moderada da ala extremista, tanto da esquerda, quanto da direita. Os moderados concordam quanto ao método, o embate de ideias na democracia, já os extremistas estão fora do campo democrático.

Dessa forma pode-se resumir o espectro político da seguinte forma: a extrema esquerda é autoritária e igualitária; a esquerda moderada e a centro-esquerda são igualitárias, porém não autoritárias; a centro-direita e a direita moderada prezam pela liberdade, mas sem foco na igualdade; e a extrema-direita é antiliberal e anti-igualitária.

Centro

Mas e o centro? Quem está nesse espectro? Quem nunca escutou alguém falar que não é de direita nem de esquerda? Porém, o “neutro”, quando se trata de política, não existe. Não tomar uma posição política é tomar uma posição. Qualquer ação terá uma tendência à esquerda ou à direita.

Na política partidária e eleitoral, no entanto, há quem não se identifique nem como candidato de direita, nem de esquerda, e se coloque na tal da terceira via. É importante ressaltar que mesmo a terceira via carrega posicionamentos políticos, que podem ser de esquerda ou de direita.

Prefeituráveis

Depois desse breve esclarecimento sobre os espectros ideológicos, chegou a hora de analisar em que campo estão os principais nomes colocados até agora para disputa eleitoral do ano que vem em Rio Branco. Além de levar em consideração a sigla partidária em que o político está filiado, vamos levar em consideração também o histórico de posicionamentos pessoais.

Tião Bocalom: O atual prefeito de Rio Branco, que é -ainda- filiado ao Progressistas, é um apoiador declarado do ex-presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), político mais proeminente da extrema-direita brasileira. Apesar disso, Bocalom não “comprou” todas as bandeiras de Bolsonaro, como o caso da vacina contra a Covid, em que se vacinou e convocou a população para se vacinar. Bocalom está mais para um político de direita com um pezinho na extrema-direita;

Tião Bocalom. Foto: Reprodução

Marcus Alexandre: O ex-prefeito de Rio Branco e ex-petista Marcus Alexandre, que já fez parte do maior partido de esquerda da América Latina, hoje está no MDB, talvez o partido mais volúvel da política nacional. O MDB é um partido de centro-direita, já Marcus é um político de centro-esquerda. Somados os espectros do candidato e da legenda, nasce uma candidatura de centro.

Marcus Alexandre durante filiação ao MDB. Foto: assessoria

Alysson Bestene: Apesar de ser pupilo do governador Gladson Cameli, apoiador declarado do ex-presidente Bolsonaro, Alysson é mais comedido. O seu discurso é mais ao centro, mais apaziguador que o do seu padrinho. É uma candidatura de centro ou ainda de centro-direita, levando em conta o partido ao qual é filiado, o Progressistas.

Alysson Bestene. Foto: ContilNet

Emerson Jarude: Recém-filiado ao Novo, partido de direita liberal, não resta dúvidas que é uma candidatura de direita. Pelo histórico político de Jarude e pela escolha do partido, é mais uma candidatura situada à direita para a Prefeitura de Rio Branco.

Emerson Jarude. Foto: Juan Diaz/ContilNet

Jenilson Leite: Filiado ao PSB, o médico e ex-deputado tem até agora a única pré-candidatura situada à esquerda do espectro político. Jenilson é ligado as causas e pautas da esquerda, foi deputado pelo PCdoB e só no segundo mandato, mudou para o PSB, numa busca de caminhar mais ao centro, que já trocou um partido de esquerda por um de centro-esquerda. Mesmo assim, é a única candidatura, até agora, que abraça as principais bandeiras da esquerda democrática.

Jenilson Leite. Foto: Reprodução

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