Advogado diz que policiais acusados de matar jovem em perseguição devem responder por homicídio

Géssica foi morta em dezembro do ano passado após uma perseguição policial envolvendo policiais militares e PRFs

O advogado da família da enfermeira Géssica Melo de Oliveira, morta durante uma perseguição policial em Capixaba, no dia 02 de dezembro, comentou em entrevista exclusiva ao ContilNet, sobre o pedido da defesa dos dois agentes do Gefron, presos acusados pelos disparos que atingiram e mataram a vítima, que solicita a apreensão das armas de todos os policiais envolvidos.

Walison é o advogado da família de Géssica/Reprodução

A defesa dos dois policiais, representada pelo advogado Matheus Moura, solicitou que as armas de todos os policiais militares envolvidos na perseguição e dos policiais rodoviários federais, que também participaram da ocorrência, sejam apreendidas para a realização de exame de balística.

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Walison Reis, advogado da família de Géssica, concordou com o pedido e lembrou que já havia questionado a participação de outros agentes na morte da enfermeira. Ele defendeu a tese de que não houve apenas 5 disparos, como vem sendo analisado nas investigações.

“No próprio inquérito policial há policiais dizendo que atirou primeiro no carro. Então por que as armas desses policiais não foram apreendidas? Eu questionei isso desde o início”, disse.

“A defesa no pedido diz que os policiais afirmam que dispararam cinco vezes. Nós discordamos. Há mais tiros. Então se a defesa entende que os outros policiais também participaram, então é válido o pedido. A gente não se opõe”, completou o advogado.

Após a análise de todas as armas, o advogado entende que os policiais responsáveis pelas balas que atingiram Géssica, devem ser indiciados por homicídio. Porém, as armas que disparam contra o carro da enfermeira, mesmo que não atingindo o veículo, também devem ser responsabilizadas, só que por tentativa de homicídio.

“Todos que comprovado a sua participação devem ser presos no rigor da lei. Todos que atiraram no veículo para matar ou não, aqueles que atiraram antes do Gefron, também devem responder na medida das suas culpabilidades”, declarou.

Mais uma tese defendida

O advogado lembrou que no inquérito, há uma acusação de uma arma encontrada no local, que seria da enfermeira. “A defesa espera que o inquérito seja concluído o quanto antes, e a gente vai comprovar que essa arma não pertence a Géssica. E o verdadeiro dono dessa arma vai aparecer quando esses laudos ficarem prontos”, disse.

Caso aconteceu em Capixaba, interior do Acre/Reprodução

Géssica teve um pulmão e o estômago atingidos por dois tiros. Os sargentos da Polícia Militar, Gleyson Costa de Souza e Cleonizio Marques Vilas Boas, envolvidos no caso, foram presos no dia 2 de dezembro.

Mais de 20 pessoas, entre parentes, policiais e outros envolvidos foram ouvidas na investigação. Foram solicitadas, ainda, perícias e oitivas. Após concluído o inquérito, será enviado ao Judiciário.

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Ainda em dezembro, os sargentos tiveram um pedido de soltura negado. Os dois seguem presos no Batalhão Ambiental, em Rio Branco. O julgamento deve acontecer entre o final de janeiro e início de fevereiro.

Assista o posicionamento do advogado, concedido com exclusividade ao ContilNet:

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