A serralheria, profissão em que se manipulam peças de metal com cortes, furos e soldas, para construir tubos, grades, chapas, superfícieis e entre outros, é essencial na industria e na construção civil das cidades. No dia 23 de abril, é comemorado o Dia do Serralheiro, e vamos contar como é a realidade de um profissional em serralheria já há 25 anos na capital.
Edvaldo Azevedo de Souza, de 58 anos, é responsável por desenhar e modelar as peças que atendem suas finalidades previstas e que promovem sempre uma boa experiência de uso, além de sua manutenção. Ele fez estruturas importantes pela cidade, como as estruturas de estabelecimentos que são frequentemente montados na ExpoAcre, obras pela antiga boate Vintage e boate Moon Club, no bairro Aviário, e em seus estandes na ExpoAcre, e até mesmo estruturas para a ContilNet, também na ExpoAcre.
Estrutura do ContilNet na Expoacre/Foto: Cedida
Ele conta que era borralheiro, e um dia estava passando na rua e viu uma banquinha de churrasco e uma churrasqueira, e ficou com vontade de aprender a fazer uma para uso próprio. Isso despertou nele o interesse de fazer outras coisas da área, e então foi atrás de uma formação e um trabalho na área.
Para Edvaldo, o maior desafio para os serralheiros hoje em dia é a falta de investimento, quando as pessoas “pechincham” seu trabalho, que é complexo. Os trabalhos que mais saem são estruturas metálicas, e é importante a habilidade manual e a precisão técnica.
“Quando faço meus serviços, sempre ocorre de eu ter que abaixar o preço de serviço já que muitas vezes os clientes não têm dinheiro para pagar, mesmo o material sendo de qualidade e os resultados serem positivos. Todo esse tempo, desenvolvi habilidades e sempre concluo meus serviços de uma forma que agrade todos meus clientes, o que não é uma tarefa simples e fácil”, conta.
A evolução das técnicas e tecnologias utilizadas na serralheria ao longo dos anos é algo que agrada o serralheiro. Ele conta que os materiais utilizados evoluíram bastante, são mais leves e fáceis de manusear. Os trabalhos que mais saem são estruturas metálicas, e os materiais mais utilizados em seus projetos são o Metalon, a Terça e os perfis estruturais.
Metalon é um tipo de aço carbono, com ou sem costura, muito utilizado no ramo da construção civil. Já a Terça é uma peça metálica, que faz parte da estrutura de cobertura, responsável por suportar o peso de telhas, garantir estabilidade e distribuir a carga da estrutura. Os perfis estruturais são materiais muito utilizados para construção, sendo os mais utilizados os perfis H, I, L, T, U e W, onde cada um tem sua finalidade, mas todos são resistentes e proporcionam inúmeros benefícios. O metalon é mais escolhidos para grades e portões, já a terça e os perfis são mais utilizados em galpão.
Seu maior projeto, foi feito em 2010, em uma cerâmica chamada Redenção, mas não temos registros. Também fez estruturas para diversos outros estabelecimentos. Ele diz lidar com os prazos de entrega e a pressão por parte dos clientes apenas estipulando um prazo decente para entrega das obras.
Edvaldo Azevedo, serralheiro a 25 anos na capital acreana/Foto: cedida
Dentre as habilidades que ele considera serem essenciais para ser um bom serralheiro, ele menciona o manuseio de equipamentos de forma profissional e a capacidade de resultados positivos na esquadria, que é o nome usado para denominar portas, janelas, portões, marcos, caixilhos, venezianas, persianas, etc.
“É importante que as pessoas reconheçam a serralheria como uma profissão digna, pois ela contribui tanto no desenvolvimento comercial e na segurança de casas, lojas e entre outros, quanto na construção civil de uma cidade. Também é importante que haja um investimento adequado para garantir bons resultados e segurança nos espaços”, comenta.
Veja algumas das estruturas feitas por Edvaldo:
