Brigadeirão: o que falta esclarecer no caso do empresário assassinado

A namorada do empresário, que teria preparado o brigadeirão, é a principal suspeita pelo assassinato. A mulher, no entanto, segue foragida

A Polícia Civil do Rio de Janeiro tenta descobrir o paradeiro de Júlia Andrade Cathermol Pimenta, que é suspeita de matar o namorado, Luiz Marcelo Antônio Ormond, com um brigadeirão envenenado. As investigações, entretanto, avançam e os agentes buscam elementos para esclarecer as circunstâncias que envolvem o crime.

O corpo do empresário foi encontrado em estado avançado de decomposição, em um apartamento no bairro do Engenho Novo, na zona norte do Rio no dia 20 de maio. O exame de necropsia identificou um líquido achocolatado e a principal hipótese é que o empresário tenha morrido em decorrência do veneno que estaria na sobremesa. O cadáver, além disso, tinha uma marca que indicava um possível golpe na cabeça.

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O caso é investigado desde então, quando os vizinhos acionaram os bombeiros diante do forte mau cheiro que vinha do apartamento. A principal linha de investigação, até o momento, é que a suspeita tenha matado o empresário para ficar com bens e objetos de valor.

A investigação ainda aponta que a mulher manteve a rotina com o cadáver em casa. Ela chegou a mandar mensagens a uma cigana que, conforme as investigações, está envolvida no caso, queixando-se do cheiro que o corpo em decomposição exalava e chegou a dizer que havia um urubu na janela.

A namorada foi ouvida na delegacia no início das investigações e, depois, liberada. Segundo a Polícia Civil, em relato aos policiais, ela demonstrou frieza e afirmou que não tinha conhecimento até então da morte de Luiz Marcelo.

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Comparsa presa

Na terça-feira (28/5), a Polícia Civil prendeu a cigana Suyany Breschak, amiga de Júlia, por suspeita de participação no homicídio. Em depoimento, a presa confessou ter ajudado a dar fim aos pertences da vítima e revelou que boa parte de seus ganhos vinham dos pagamentos da dívida adquirida por Júlia, na casa dos R$ 600 mil.

Suyany é amiga da Júlia há 12 anos e fazia trabalhos espirituais para a amiga. A cigana teve a prisão temporária de 30 dias convertida em preventiva durante audiência de custódia na quinta-feira (30/5).

A cigana tem 27 anos e, durante a audiência de custódia, afirmou sofrer de de pressão baixa, hérnia, ansiedade e depressão. O juiz que conduziu a sessão orientou que ela seja encaminhada para acompanhamento ambulatorial na unidade prisional.

Mãe de dois filhos de 5 e 10 anos, Suyany é natural de Campinas (SP), mas reside em Niterói (RS). O advogado dela, Etevaldo Viana Tedeschi, reside em São José do Rio Preto (SP) e acompanhou a audiência de custódia remotamente.

Após a prisão, ela afirmou aos policiais que a namorada do empresário teria preparado brigadeirões e um deles tinha 50 comprimidos de um remédio. A informação é do jornal O Globo.

O veículo dele foi levado para Cabo Frio, na Região dos Lagos, após supostamente ter sido vendido por uma quantia de R$ 75 mil. A Polícia Civil, ao abordar o carro, ainda encontrou o telefone celular e o computador de Luiz Marcelo, o que levou o condutor a ser preso em flagrante por receptação.

A namorada é considerada foragida da Justiça e contra ela há mandado pendente por homicídio qualificado. Agentes da 25ª DP realizam diligências a fim de localizá-la e capturá-la.

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