Mauricio Pestana *
Interessante como a historia dos três países nos últimos dois séculos apresentam-se de forma tão nua e crua na tríplice fronteira. É perceptível que o Brasil, um dos países que mais cresceu no mundo no século 20 apresente-se na aparente forma organizada da cidade de Foz do Iguaçu como economicamente mais forte.
Atravessar a fronteira para Argentina e perceber o porquê em matéria de educação, saúde e outros indicadores de Desenvolvimento Humano-IDH, os Hermanos de economia estagnada dão de goleadas no Brasil que só resolveu acordar para a importância da educação mais ampla agora no século 21 nos governos de esquerda.
Mas é do lado paraguaio em que a historia é mais perversa, arrasado pela guerra contra Brasil e Argentina o país vizinho nunca mais se recuperou, atravessar a fronteira e como se voltássemos ao passado e como se todas as conquistas sócias do ultimo século não existissem, o nível de informalidade social e econômica se expressa na fronteira onde não há o mínimo de controle. .
Além de serem alijados da economia formal, uma vez que naquele pedaço do país os donos dos estabelecimentos são na maioria brasileiros, chineses e árabes, os paraguaios são discriminados em seu próprio país gerando uma baixo estima que há muito tempo não via igual. Pelas ruas paraguaias a miserabilidade dos nativos parece fazer parte da paisagem local.
São Impressões sociais que também ouvi de um morador local que exclamou ” as drogas e armas que aterrorizam os centros urbanos brasileiros e que em parte, passam por Cidade Del Leste, de certa forma, seria uma vingança silenciosa do que fizeram e continuam a fazer com o meu país!
* Jornalista, escritor e cartunista Atualmente ocupa o cargo de secretario adjunto da secretaria da promoção da igualdade Racial da cidade de São Paulo.