Igreja atropela blocos e clubes e dá o primeiro grito de carnaval no Novo Mercado Velho

dizimofiladelfiaViva o zé pereira!

Uma banda de música da igreja Batista Filadélfia irritou, na noite do último sábado (10) proprietários e maioria dos frequentadores dos bares que ficam no Novo Mercado Velho, localizado às margens do rio Acre, e ponto de encontro de pessoas que gostam de ouvir MPB, enquanto conversam e tomam drinques.

O som da banda da igreja, em estilo carnaval e frevo, estava tão alto que mandou embora quase todos os clientes do Café do Mercado, um dos bares mais famosos do local.

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Lembrando que paga impostos, e muitos funcionários, para que seu estabelecimento possa funcionar, o proprietário Joel José Pereira, 42 anos, disse que vai procurar as autoridades para reclamar.

dizimo cafe mercado“Estou revoltado! Meus clientes foram expulsos com todo esse barulho. Não posso me conformar com isso. Pago meus impostos e sou prejudicado por pessoas que vêm aqui apenas ganhar dinheiro e prejudicar quem trabalha e contribui com o estado. Não é a primeira vez que eles fazem isso. Além de ter um som alto que até dentro do banheiro perturba, ficam pedindo dinheiro até com máquina de cartão. Esse pessoal tem que fazer isso dentro da igreja deles, não no local onde tem pessoas trabalhando”, desabafa.

Enquanto o dono do bar reclamava, os pastores da igreja pediam que os clientes depositassem o dízimo em envelopes. “Para quem tiver cartão de crédito ou débito, temos uma maquininha onde você pode ‘plantar esta semente’”, disse um dos organizadores do evento.

Sílvio Jorge Brasil, 37 anos, proprietário do Ponto do Café, outro bar famoso do Novo Mercado Velho, também reclama do barulho provocado pela banda da igreja Batista Filadélfia.
dizimosilvio“Pago caro para oferecer música ao vivo aos meus clientes, que estão aborrecidos com tanto barulho. O que me revolta é saber que muitas dessas pessoas não pagam impostos, só lucram com a boa fé de seus fiéis, e nós, que pagamos impostos, somos obrigados e suportar com isso”, critica.

O empresário disse que vai procurar as autoridades para pedir que tomem providências contra o que ele chama de ‘falta de respeito com o outro’.

“É a mesma coisa que eu pegar um carro com som, cerveja, e ir pra porta da igreja. O pior é que enquanto a gente paga horrores de impostos, eles não pagam nada e só exigem da gente. É complicado. Estamos numa situação delicada… O que incomoda mais é o som alto. Eles querem botar um som pro pessoal que está lá na Gameleira ouvir”, diz Brasil.

Durante o barulhento evento, até a polícia foi acionada. Incomodada com tanto barulho, Vanusa Messias, 47 anos, ligou várias vezes para o 190.

dizimopago“Estou tão indignada que já liguei várias vezes para a polícia, e quando digo que se trata de um evento evangélico, eles não vêm. Acho que estão com medo. Gente, para falar de Deus não precisa isso. Estive lá e pedi para baixarem o som, mas o cantor disse que ia continuar porque tem um horário a cumprir. Fui falar com um homem que se identificou como Vidal, e ele disse que não ia baixar o som porque estava em um espaço público. Estou indignada porque vim aqui relaxar, tomar minha cerveja, ouvir uma boa música, e não posso, com este barulho no pé do ouvido”, denuncia a frequentadora do Café do Mercado.

Revoltado, um dos frequentadores do Café do Mercado disse: “Gente, cada qual no seu quadrado. Aqui é um lugar aonde as pessoas vêm tomar cerveja, ouvir MPB. Será se o pastor dessa igreja iria gostar se eu instalasse um som alto na porta de sua igreja e ficasse tomando cerveja e dançando na hora em que seus fiéis estivessem em um culto de orações? Da mesma forma, eles têm que respeitar a vida alheia, o espaço de cada um. Este evento evangélico está mais para carnaval. Olhem só o cantor, parece uma imitação do Ferdiney Ryos, só que com uma diferença: o Ferdiney é um artista que sabe cantar de verdade”, ironizou.

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O casal Eduardo Geber, 24 anos, e Grabriela Sales, 21, saiu para tomar uma cerveja e namorar na noite do último sábado (11) em um dos bares às margens do rio Acre.

“Não estamos conseguindo conversar com tanto barulho. Parece até uma festa de carnaval. Poxa, além do consumo, pagamos 10% para ouvir uma música, tomar nossa cerveja, e não estamos conseguindo fazer isso. Só gostaríamos que respeitassem os ambientes, cada um na sua. Ficam com essa música alta e depois, aos gritos, pedindo dinheiro das pessoas; oferecem até máquina de cartão”, disse Gabriela.

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Igreja possui licença, diz pastor

A reportagem da ContilNet Noticias entrou em contato com o pastor-presidente da Igreja Batista Filadélfia para as nações, Edgar Araújo e foi informada que a igreja obedeceu os critérios de volume do som para evento aberto e que possui todas as licenças exigidas pelos órgãos de controle.

Ele diz que o evento realizado nas proximidades da passarela Joaquim Macedo não é semanal, “É um encontro trimestral e que ocorre em pontos diferentes da cidade. Nós sempre estamos em locais diferentes, incluindo bairros e não temos a intenção de atrapalhar ninguém, muito pelo contrário”, frisou.

Veja o vídeo:

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