Extrativistas da Reserva Chico Mendes denunciam exploração ilegal de madeira e lavagem de dinheiro

Extrativista denunciam a exploração ilegal de madeira na Reserva Chico Mendes

Extrativista denunciam a exploração ilegal de madeira na Reserva Chico Mendes

Os moradores da Reserva Extrativista Chico Mendes, localizada no município de Xapuri, uma das maiores unidades de conservação ambiental do Brasil, denunciaram junto à Promotoria de Justiça Pública Federal supostos crimes ambientais, incluindo exploração ilegal de madeira e exploração dos moradores por parte da Cooperativa dos Produtores Florestais Comunitários (Coopefloresta), compradora dos produtos resultantes do plano de manejo.

Os dez moradores da reserva que assinaram o documento, incluindo João Jorge, presidente da associação dos moradores do bairro Sibéria, em Xapuri, afirmam que desde 2014 ocorre grande devastação na floresta, prejudicando o ecossistema. Eles dizem que além do prejuízo ambiental, a Coopefloresta estaria lesando os extrativistas da região.

“O governo do Acre, juntamente com suas secretarias e órgãos afins, instalaram, em áreas da Reserva Chico Mendes, no lado da Sibéria, um projeto denominado Plano de Manejo Comunitário. Os moradores assinaram documento na condição de vendedores para a Coopefloresta. Diziam que não causaria crimes ambientais, estaria tudo dentro do plano de manejo e ainda haveria melhoria na qualidade de vida dos extrativistas, mas não foi isso que aconteceu”, diz trecho da petição endereçada ao promotor de Justiça Público Federal.

Os moradores seguem afirmando que a retirada de madeira tem sido feita por máquinas pesadas que operam dentro da Reserva Chico Mendes, tanto na floresta quanto às margem do Rio Acre. Eles denunciam, ainda, que a cooperativa superfatura a venda das madeiras.

“O metro cúbico de madeira está sendo comercializado com a Coopefloresta por R$ 60,00, enquanto essa mesma empresa está revendendo no mercado nacional por mais de R$ 1.200,00; pior ainda, armaram um esquema criminoso, usando terceiros para a negociação da madeira e lavar dinheiro. Eles estão cobrando os serviços feitos nos ramais, enquanto toda a madeira custou R$ 9.070,08, o extrativista só recebe R$ 3.245,15. Todo o restante, quase 200%, são desviados”, denunciam.

Reserva enfrenta problemas com derrubadas e avanço da pecuária/Foto: Altino Machado

Reserva enfrenta problemas com derrubadas e avanço da pecuária/Foto: Altino Machado

Os moradores, que denunciaram a derrubada de árvores nobres e que não está sendo respeitada qualquer regra de manejo, requererem que o Ministério Público aceite a denúncia e tome as providências necessárias. Ele solicitaram também que seja aberta uma ação civil pública para apurar responsabilidades do Executivo estadual, órgãos afins e Coopefloresta por danos ambientais e econômicos causados à reserva.

O documento foi assinado no dia 27 de julho, mas só foi divulgado na sessão desta quarta-feira (2), na Assembleia Legislativa do Acre, através do líder do PSDB na casa, deputado Luiz Gonzaga, que pediu providências sobre o assunto.

A reportagem tentou contato a Coopefloresta através do número 3222-7252, mas não obteve êxito

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