A constatação foi do presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários (Sindap), Adriano Marques, depois de uma visita às unidades do presídio Manoel Neri e Guimarães Lima, no município de Cruzeiro do Sul, distante 648 quilômetros da capital.
Entre os principais problemas estão a falta de muros na unidade feminina e nos novos pavilhões masculinos. “Vamos denunciar essa situação ao Ministério Público Estadual”, diz o sindicalista.
Reconstruído após um motim em novembro do ano passado, o presídio feminino possui forro à base de PVC (plástico), o que, além de não garantir a segurança, é um material altamente inflamável. “Isso é um escárnio”, desabafou Adriano Marques, informando que as presas não tomam banho de sol porque a unidade não dispõe de estrutura física.
Marques afirma ainda que as constantes fugas e rebeliões são por causa das “precariedades” das unidades. “Aqueles pavilhões são barris de pólvora”, alerta ele, para quem o sistema carcerário do Acre é caótico. “A direção do Instituto de Administração Penitenciária sabe da situação, mas não toma nenhuma providência”, denuncia ele.
Figuram também como deficiências ou problemas os coletes balísticos vencidos, rádios comunicadores quebrados, efetivo reduzido (necessita-se de mais 100 homens e 40 mulheres), ausência de equipamentos de proteção de segurança (capacetes, coletes, escudos), falta de armamentos letais e não letais e remédios. “No presidio feminino, numa única sala, funciona banheiro, monitoramento, alojamento e cozinha”, descreve Adriano Marques.
O diretor do Iapen, Martins Hessel, diz que os recursos para a construção dos muros estão sendo pleiteados junto ao Departamento Penitenciário Nacional (Depen). Quanto à contratação de novos agentes, declara que está sendo feito um levantamento, mas que não existe a previsão para a realização do concurso. “Estamos também providenciando os demais equipamentos de proteção e segurança”, afirma o diretor.