É possível dar aos seus filhos um impulso na carreira a partir de tenra idade, com aconselhamento e apoio? Se sim, como fazer isso e quais os limites dessa prática?
Confira dicas para ajudar seu filho a pensar “fora da caixinha”:
Comece cedo
Peter Williams, fundador da marca de roupa britânica Jack Wills, diz que as crianças devem dominar alguns elementos-chave sobre negócios no momento em que chegam à adolescência.
“As habilidades que as crianças devem ter aos 13 são confiança para apresentar ideias, entusiasmo para dar seu melhor e fazer as coisas funcionarem e maturidade para saber por que às vezes ideias são rejeitadas e às vezes aceitas”, opina.
James Caan, empresário da Dragons’ Den que fez milhões na indústria de recrutamento no Reino Unido, acredita que os pais podem preparar o terreno para os seus filhos sem dar abertamente “lições de negócios”.
“O que os pais podem fazer é incentivar os filhos a pensar de forma diferente, ‘fora da caixinha’; não tem que ser relacionado a negócios”, diz.
“É fazê-los usar sua iniciativa para encontrar soluções. Isto é o que um empresário faz: encontra respostas para um problema”.
Diversão e exemplo
Que tipo de atividades geram as qualidades necessárias para um empreendedor?
A dica de Candice Olson, cofundadora do iVillage, milionária e mãe de sete filhos, é, ao invés de atividades estruturadas com o objetivo de ensinar qualidades às crianças, dar a elas a experiência em primeira mão de um negócio, permitindo-lhes observar o seu trabalho.
A experiência pessoal do negócio, diz ela, bate palestras sempre. Outra dica que ela dá é limitar o tempo da criança em atividades de consumo, fazendo-a se concentrar em projetos de criação. “Certifique-se que as crianças estejam criando [coisas] o maior número de horas por semana possível”, sugere.
Candice crê que observar a habilidade natural dos adultos de criar pode influenciar a criança de forma permanente.
Dinheiro
Ser bom com o dinheiro é outra característica importante da maioria dos líderes empresariais.
Candice Olson é uma das mães que ensinou os filhos a ter consciência financeira. “Minha filha gere todos os seus próprios gastos desde que tinha 12 anos”, explica.
Muitas vezes, os pais não falam sobre economia com as crianças. Elas mal sabem o que isso quer dizer. Pedem para que os pais comprem coisas para elas, sem entender que tipo de esforço isso significa, sem perceber que tiveram que trabalhar para ter certa quantia e não podem gastá-la toda em um produto.
Dê espaço
Às vezes, não é o que você faz que é importante, é o que você não faz. De acordo com o Fran Brosan, cofundadora da Omobono, uma agência digital que trabalha com grandes empresas e órgãos públicos para melhorar a sua reputação online, a tendência moderna de excesso de proteção a nossas crianças pode inibir o seu desenvolvimento como indivíduos.
“A nossa tendência como pais é fazer tudo para as nossas crianças, de levá-las até a escola até dar aulas extras de matemática se elas têm dificuldade. Nós quase nunca as deixamos resolver as coisas por si mesmas, mas devemos”.
Um exemplo de uma criança que não foi excessivamente podada e protegida é Henry Patterson, que começou sua carreira com cinco anos e no último mês de março, aos 10, lançou sua marca de confeitos “Not Before Tea”.
Ele teve o espaço de que precisou para deixar sua imaginação florescer, mas, fundamentalmente, ainda é uma criança.
Seus pais o encorajam em suas empreitadas e o deixam fazer o que ele gosta, mas também tomam precauções para garantir que Henry tenha uma infância adequada e não perca as coisas divertidas oferecidas a pessoas de sua idade.
“Minha mãe sempre se certifica de que eu não faça nada muito sério por muito tempo. Na semana passada eu estava ao vivo no programa de negócios da CNBC na parte da manhã e depois fui nadar na lagoa à tarde, seguido por uma caça alienígena na floresta. Foi um dia perfeito”, contou o pequeno. [Forbes]