1 de maio de 2024

Entre ameaças e conflitos de interesses, situação do DSEI se agrava na capital e PF é acionada

Com cartazes de protesto e manifestações de etnias como Kaxarari, Manchineri, Jaminawa e Apurinã, a manhã desta terça-feira (28) foi marcada por conflitos em frente à sede do Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI).

O órgão atualmente atende sete polos, sendo dois no estado do Amazonas, um em Rondônia, e quatro no Acre, localizados nos município de Assis Brasil, Manoel Urbano, Santa Rosa do Purus e Sena Madureira.

Sérgio Oliveira ( de camisa polo branca), disse que trata-se de um interesse pessoal de Sabá/Foto: ContilNet

De acordo com informações cedidas à ContilNet, o conflito se estende desde o fim do contrato de José Ribamar Alves Rodrigues Manchineri, que assumia a chefia do polo-base no município de Assis Brasil. Sebastião Alves Rodrigues Manchineri, popularmente conhecido como Sabá, é irmão de José, e integra o centro da mobilização.

“Não é apenas de uma situação envolvendo a saúde. Existem outros problemas nos distritos, como obras paradas, falta de transporte e gastos desnecessários. O atual gestor, Sérgio Oliveira, não possui perfil nem habilidade para discutir essa situação. Ele chamou os povos indígenas de ‘burros’ e que pode ‘ferrar’ com a gente se quiser, além de promessas e ameaças de emprego”, afirmou Sabá, presidente do conselho local de Assis Brasil e conselheiro distrital.

Em resposta às acusações, o atual gestor do Distrito, Sérgio Oliveira, disse que trata-se de um interesse pessoal de Sabá: “O problema é que ele quer o Distrito para si. Essas complicações até resultaram na morte de um indígena quando nossa equipe não conseguiu retirar o carro do local. Nunca chamei ninguém de ‘burro’ ou disse qualquer coisa que possa ser considerada abuso de poder. Ele não possui argumentos, tanto que ele não cita em nenhum momento questões de deficiência na saúde.”

Chico Apurinã, um dos assessores do DSEI, explica que, quando se trata desse conflito, a situação de outros interesses se intercala com as ações do Distrito: “As políticas públicas envolvendo as questões indígenas estão passando por mudanças no cenário nacional, e essa reivindicação infundada impede a realização de nossas atividades.”

A situação agravou-se quando a presença da Polícia Federal, acompanhada por uma representante da Procuradoria da União no Estado do Acre (AGU), inflamou os ânimos dos participantes.

Ari Kaxarari, atual presidente do DSEI, enfatiza que os ataques são para benefício pessoal. “Existe toda uma situação de mudança no sistema do Governo Federal, e queremos resolver essa situação o mais rápido possível”, disse.
Uma reunião na AGU foi marcada para a tarde desta terça-feira, como forma de apresentação das reivindicações e de resolução do conflito.

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