25 de abril de 2024

Artigo: Reconstrua o seu agora

O que aconteceu com aquele sorriso fácil e largo que você adorava carregar no rosto? Introduziram na sua cabeça que ele era invasivo, volúvel e exagerado? Ou acúmulo de mágoas, repressões e decepções o intimidaram?

É pesado, não é? Tá difícil de sarar as cicatrizes tatuadas na alma? Quero que você saiba que lhe entendo, mas preciso que acredite que isso também passa. Essa angústia que insiste em reprimir sua espontaneidade, seu bom-humor, que ofusca os raios da esperança no coração, ela passa. E talvez não tenham lhe dito e é provável que ainda não tenha despertado, mas esse sentimento não é seu.

Sim, dói muito lembrar o que foi dito, reviver as acusações e superar os inúmeros pedidos desculpas não feitos. Eu sei que você esperava, de alguma maneira, que as tantas injustiças fossem reparadas ou pelo menos reconhecidas. Já entendi que as recordações assombram seu imaginário feito fantasmas, mas a decisão de seguir em frente, livre das amarras do passado, é sua!

Não, não é tão simples liberta-se do peso das acusações, das degradações morais e dos prejuízos psíquicos, mas quero que acredite que é possível, que você supera. É necessário que olhe para dentro, que se ouça, observe e, acima de tudo, alimente o autorespeito.

Faça um esforço. Lembre-se daqueles dias em que o mundo parecia chegar ao fim. Dói recordar, eu sei, mas vá além! O que aconteceu no dia seguinte? Você sobreviveu! Ressurgiu mais forte feito fênix e ainda que amargasse a dor da destruição anterior, encarou reconstruir um novo castelo.

É preciso que acredite: essa crise também passa! Você não é incapaz, não é incompetente ou incompleta (o). Você é grande! E grandeza não tem nada a ver com não ser frágil ou não sentir dor, na verdade é o inverso.

A sua grandeza se apresenta na coragem de encarar o desafio, apesar do medo. Ela se realça na humildade do pedido de ajuda, empodera-se na sua ousadia em expor sentimentos, em reconhecer fragilidades e contorná-las.

Sei que dói admitir que o “amor” lhe feriu, que a relação é abusiva, mas quero lhe propor um pacto: assuma o compromisso pessoal de não admitir, em hipótese nenhuma, que as pessoas que você ama lhe violetem.

Experimente largar o que está fazendo, pegue um espelho, se olhe e recorde os sonhos da infância. Onde eles se perderam? O que você vê te agrada? Era essa a pessoa que você projetava para “quando fosse gente grande”? Independente da sua resposta, sei que ela desenha o início de um novo ciclo. Reconstrua o seu agora.

Romper relacionamentos abusivos, sejam conjugais, profissionais, familiares ou de amizades, dói muito, mas é possível e necessário. Desconstrua padrões e reconstrua essências. Você supera, acredite!

Maria Meirelles é feminista e jornalista*

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