Gladson diz que pensa igual ao governador do Rio de Janeiro em relação à violência

O governador do Acre, Gladson Cameli, comunga das estratégias do governador do Rio, Wilson Witzel, no combate à criminalidade e do pensamento de que bandidos armados têm que ser eliminados e os policiais que os enfrentam, ao invés de serem punidos, têm que ser apoiados.

A opinião do governador acreano foi manifestada pelo próprio ao conceder entrevista na manhã deste domingo (9) no prédio-sede da Biblioteca Pública “Adonay Santos”,  no Centro de Rio Branco, onde está sendo lançada a campanha “Acre Pela Vida” seguida de uma reunião com todos os chefes de poderes e outras autoridades estaduais federais para discutir a violência e outros problemas na área de segurança pública do Estado. A reunião não conta com a participação do vice-governador Wherles Riocha, que está em viagem oficial ao Peru.

Com quase 50 mortes nos primeiros dias do ano de 2020, o Acre já figura na estatísticas como o segundo estado mais violento do país, ficando atrás apenas do Rio Grande do Norte e do Rio de Janeiro. Mesmo recusando-se a utilizar o termo populista usado por Witzel, o governador fluminense segundo o qual “bandido bom é bandido morto”, Gladson Cameli disse que comunga do pensamento do colega do Rio de Janeiro e que apenas não o externou antes porque não lhe foi perguntado.

“O que eu penso é que o bandido tem que saber que ele tem limites e que não pode querer concorrer ou ser maior que o Estado. Se há bandido que pensa assim, ele vai ter que enfrentar as consequências deste pensamento errado”, disse o governador. “E aqui eu aproveito para dizer aos policiais que arriscam suas vidas para defender a população enfrentando esses bandidos, que eles têm o apoio do governo e do governador. Ao contrário de outros tempos, policiais que enfrentarem bandidos não serão punidos no meu Governo”, acrescentou.

A reunião com as autoridades para discutir os problemas da violência e da segurança pública no Estado prossegue, fechada para jornalistas, sem a presença do vice-governador Wherles Rocha, major da reserva da Polícia Militar e apontado por Glladson Cameli na campanha eleitoral como um especialista em segurança ao qual ele estava buscando para dar, como disse, “um choque” no sistema.

No governo, a gestão do sistema de segurança foi, portanto, entregue ao vice-governador cuja ausência nesta primeira grande reunião sobre o tema causou estranheza, mas o governador se apressou em esclarecer. “O vice-governador não está porque o governador está aqui. Todas as responsabilidades de governo executadas são delegadas por mim, inclusive esta do vice”, disse Cameli.

Major Rocha, lembrou o governador, está em viagem oficial ao Peru, para tratar da pauta de integração do Acre com aquele país, outro eixo considerado importante na estratégia do atual governo. “Esta agenda era antiga e eu não quis adiar a reunião de hoje à espera do retorno do vice-governador. O que nós temos a tratar, que é a defesa da vida, é algo muito urgente”, disse.  

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