A violência psicológica pode ser sútil e fazer você duvidar de si mesma

A violência psicológica pode ser sútil e fazer você duvidar de si mesma!
Manipulação, chantagem e outros comportamentos causam danos à saúde mental das vítimas

 Na última quarta-feira (28) violência psicológica contra a mulher foi incluída no Código Penal e passou a configurar crime. Essa violência é muitas vezes iniciada de forma sútil e disfarçada como “cuidado”, contudo, não há cuidado algum quando nossas vidas passam a ser controladas e ameaçadas. O começo de todo ciclo da violência tem início na violência psicológica e muitas vezes termina no crime de feminicídio.

Eu gosto muito de uma canção intitulada “Me deixa ser mulher” de Lucy Alves, ela descreve o passo a passo de uma relação abusiva marcada por violência psicológica. Acompanhe comigo os trechos da canção?

“Se eu sorrio demais e você não suporta”, a pessoa com quem você possui relacionamento amoroso se incomoda com o seu sorriso, com o tom da sua voz, com a forma que você fala, se expressa e pensa, com o tempo você acaba pensando que fez algo errado e passa a desconfiar de si mesma. É comum que diga que você está ficando louca, não sabe o que está falando e “tudo é coisa da sua cabeça”.

“Disfarça de ninho, gaiola de passarinho quer tirar minhas asas”, não é cuidado se o seu direito de ir e vir é limitado, a pessoa restringe o contato com seus familiares e amigas/os até que você esteja isolada em uma gaiola.

“Não confunda amor com a mania de sempre implicar com a minha roupa”, não é amor se controla e limita a forma como você se veste. Desde quando nascemos e somos socializadas como mulheres aprendemos que posse é sinônimo de amor, e posse pode ser sinônimo de muitas coisas, menos de amor. Amar inclui deixar livre e amor não deveria ser associado a diminuição de quem você é.

Lucy Alves encerra a música com um grito de liberdade e compartilho aqui com você que me lê para que juntas e juntes possamos nos fortalecer: “Não me venha com domínio disfarçado de carinho, me deixa ser mulher! Me deixa ser quem eu quiser!”.

Aqui segue um compilado de informações que podem te ajudar caso você tenha identificado similaridade do texto acima com o que tem vivenciado no presente.

Alguns sinais de violência psicológica:        
– Critica e ridiculariza suas roupas, a forma com que você fala ou se expressa, seus pensamentos e conhecimentos.
– A pessoa com quem você se relaciona faz uso de constrangimento, humilhação, manipulação, isolamento, chantagem e/ou ridicularização.
– Diminui sua autoestima.
– Limita seu direito de ir e vir, incluindo o contato com sua família e amigas/os.
– Faz você duvidar de si mesma e da sua capacidade de raciocínio.
– Controla suas crenças e comportamentos por meio de ameaças e chantagens, fazendo com que você pense que está errada (mesmo em situações que você tinha certeza que estava certa).

Como denunciar a violência psicológica: ligue 180 (Central Nacional de Atendimento à Mulher), 190 (Telefone de Emergência) ou (68) 3221-4799 Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher – DEAM (Via Chico Mendes, 803, Triângulo). Para realizar a denúncia, vídeos, áudios, prints de conversas e relatos de testemunhas podem ser úteis nesse processo. É também possível fazer uso do Sinal Vermelho “X”, às vezes pode ser difícil denunciar e isso pode envolver riscos para você, desde 2020 existe uma campanha que visa auxiliar nesse processo. A campanha sugere que seja desenhado na palma da mão um X em vermelho, assim as pessoas que visualizarem poderão prestar ajuda.
Instagram: @psi.kahuana

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