20 de junho de 2024

Pimenta: o longo – e tortuoso – caminho que o PT e a esquerda do Acre precisam trilhar até 2024

Derrotas 

Depois de mais de 20 anos de hegemonia, tanto no estado quanto na capital, o PT do Acre vem colecionando derrotas nas últimas três eleições. O que fará diferente em 2024 para mudar esse quadro? 

Cronologia 

Em 2018, perdeu quase tudo: governo, Senado e Câmara Federal (Leo de Brito só virou deputado federal em outubro de 2020, após a cassação do mandato do deputado federal Manoel Marcos), mas elegeu dois estaduais, Zen e Jonas Lima. Em 2020 teve sua pior performance na capital, sem eleger nenhum vereador e tendo apenas 4% dos votos para prefeito, com Daniel Zen. O que salvou aquele ano foram os três prefeitos que a sigla elegeu no interior: Fernanda Hassem em Brasileia, Jerry Correia em Assis Brasil e Isaac Lima em Mâncio Lima. Em 2022, teve sua pior derrota. Colocou sua maior liderança do estado, Jorge Viana, para disputar o Governo e perdeu no 1° turno. Na disputa pelo Senado patinou e não conseguiu eleger sequer um deputado, nem federal e nem estadual. 

Oxigenação 

Para 2024, ano em que ocorrem as eleições municipais, as discussões em torno das sucessões já começaram em quase todos os partidos. Se o PT quiser entrar no jogo com chances, vai ter que se reinventar. E isso passa por dar valor e visibilidade aos novos nomes do partido, é preciso renovar para respirar. 

Capital 

Na capital, os nomes mais fortes do partido para uma possível disputa pela Prefeitura são os dos ex-prefeitos Raimundo Angelim e Marcus Alexandre. Angelim está em espécie de aposentadoria, não quer mais disputar eleições, pelo menos por enquanto. Marcus, apesar de ter sido prefeito duas vezes, é um nome relativamente novo no partido e talvez o último grande quadro do PT lançado aqui no estado. Não se pode esquecer também do parlamento, é preciso montar uma chapa forte para a vereança se o partido quiser reconquistar seu protagonismo. Nomes para a disputa do Legislativo municipal tem aos montes, basta toparem o desafio de “descer um degrau” para concorrer a uma vaga na Câmara Municipal. É preciso “cumprir tarefa”, ou seja, deixar o ego de lado e pensar primeiro no projeto do partido, antes dos projetos pessoais. 

Interior 

Se na capital a situação não é fácil, no interior é ainda pior. Os três prefeitos que a sigla elegeu na última eleição já não são mais tão vermelhos assim. O trio vem agindo de forma independente e de acordo com interesses que vão contra os do partido, o que culminou inclusive na abertura de um processo de expulsão da sigla dos chefes dos Executivos municipais. Pra reorganizar as casas nesses municípios e lançar nomes competitivos, vai dar trabalho. 

Federação 

Vale lembrar, no entanto, que na próxima eleição o PT ainda estará federado com PV e PCdoB, o que pode ajudar nesse desembaraço de nó, tanto no interior, quanto na capital. O PCdoB, por exemplo, tem um quadro da envergadura da deputada federal Perpétua Almeida, que pode facilmente ocupar uma vaga de candidata a prefeita pelo grupo em qualquer cidade do Acre, inclusive Rio Branco. PCdoB e PV podem, e têm condições, de serem protagonistas da federação em alguns municípios no interior, dividindo o peso com o PT. 

PSB 

Outra alternativa ao PT é tentar uma aliança com o PSB nas eleições municipais em Rio Branco. Dos derrotados do último pleito, talvez o único que tenha saído “vitorioso” foi o deputado estadual e ex-candidato ao Senado, Jenilson Leite. Sozinho, sem aliança, abocanhou o terceiro lugar com mais de 65 mil votos. No ninho socialista, já se discute seriamente em lançar o nome do médico como candidato a prefeito em 2024. Resta aqui ao PT, e ao próprio PSB, lamber as feridas das duas últimas eleições para se aliar na tentativa de voltarem ao poder. 

Antipetismo 

Porém, por mais malabarismos políticos que se faça, o maior adversário do PT aqui no Acre é o antipetismo. O eleitorado acreano está cada vez mais identificado com o conservadorismo e com a extrema-direita. Há de se pensar em estratégias para burlar esse sentimento na população. O PSB de Jenilson sofre menos que o PT e o PCdoB desse mal que é o antipetismo. Pensando pragmaticamente, talvez o melhor caminho da esquerda seja apostar no PSB. 

Fator Lula 

A maior esperança desse bloco de esquerda no Acre é o êxito do governo Lula. Se o presidente eleito conseguir fazer um bom governo nesses dois primeiros anos, pode enfraquecer a polarização e, por consequência, a força da extrema-direita nacional e localmente. Além disso, há os cargos que nomes chaves do PT acreano, a exemplo de Marcus Alexandre, devem ocupar no governo federal e que podem dar visibilidade e força em uma futura disputa pelo comando da capital. Ainda é cedo, mas arrisco dizer que essa próxima eleição municipal será a mais nacionalizada da história do Acre. E até lá, muitas serão as possibilidades. 

Ufac 

Hoje só se falou no corte de verbas sofrido pela Ufac. De acordo com a instituição, foram quase R$ 5 milhões bloqueados. O corte foi feito ontem e pegou várias universidades públicas do país de surpresa. “Esta situação compromete, sobremaneira, as atividades acadêmicas planejadas pelas instituições para o decorrer do ano. O bloqueio na Ufac foi de quase R$ 5 milhões, que seriam destinados ao pagamento de despesas discricionárias, afetando a prestação de serviços”, diz um trecho da nota emitida pela Ufac acerca da situação. O Instituto Federal do Acre (Ifac) também sofreu com a medida, tendo quase R$ 2 milhões de recursos bloqueados. Lamentável. 

Azulou 

Mais uma vez a Prefeitura de Rio Branco se envolveu em uma polêmica envolvendo a cor azul. Dessa vez, a “vítima” foi o edifício-sede da Prefeitura, que amanheceu nesta terça com parte da sua fachada pintada com a cor preferida do prefeito Tião Bocalom (PP): azul. 

PEC da Transição 

A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Transição, que foi protocolada ontem (28), superou hoje a marca das 27 assinaturas necessárias para começar a tramitar no Senado Federal. Até o início da tarde desta terça, 32 parlamentares já haviam assinado a matéria, dois deles acreanos: Mailza Gomes (PP) e Sérgio Petecão (PSD). O texto é considerado fundamental pelo governo Lula para garantir o pagamento do Bolsa Família em R$ 600,00 e de um adicional de R$ 150,00 a famílias com crianças de até 6 anos.

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