Nesta terça-feira (13), na Cidade da Justiça, acontece o primeiro dia de júri popular de Hitalo Marinho Gouveia, acusado de assassinar a esposa Adriana Paulichen, após ela descobrir uma traição. O crime ocorreu em julho de 2021, no bairro Estação Experimental.
Na Cidade da Justiça, a irmã de Adriana, Andreia Paulichen, disse que espera justiça neste julgamento.
“Quantas traições ela teve que perdoar e quando ela disse ‘não’, quando ela cansou, ela disse que não aceitava e simplesmente tirou a vida dela? Depois que ela descobriu que ele a traiu com a melhor amiga dela, isso para ela foi demais. Todas as outras ela tinha perdoado. Ele achou pouco trair ela inúmeras vezes, achou pouco trair com a melhor amiga e a solução para ele foi tirar a vida dela, porque ele não aceitou o fim do relacionamento”, disse.
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Andreia disse que espera que todas as palestras e podcasts sobre feminicídio, nesta terça, saiam do ‘boca a boca’. “Vamos fazer isso, que seja colocado em prática, não só pela minha irmã, mas eu falo pelas outras mulheres que são vítimas de feminicídio. Tem casos de 2016, 2017, 2018 ainda para ser julgado. Está na hora da gente sair do ‘boca a boca’ e colocar na prática, colocar agora uma lei mais rigorosa para esses assassinos. Mulheres que deixaram filhos órfãos de pai e mãe, como o caso do meu sobrinho”, disse a irmã de Adriana.
Relembre o caso
Após descobrir a traição do marido e pedir a separação, foi estrangulada e recebeu dois golpes de faca no dia 9 de julho de 2021, aos 23 anos de idade.
Segundo informações da polícia, Adriana estava dentro da loja, quando foi surpreendida pelo marido que estava em posse de uma faca e desferiu vários golpes nas costas da vítima. A mulher também foi estrangulada pelo homem. O crime aconteceu na frente do filho de 6 meses da vítima.
Nesta terça, a irmã também falou sobre o filho de Adriana, que agora está sob cuidados de Andréia. “O que eu digo para ele? O aniversário dele era para ser o dia mais feliz da vida dela. Não tem como eu dizer que sou uma pessoa feliz se falta ela? Como eu vou dizer que sou feliz vivendo o sonho dela, que era o filho dela?”, questiona Andreia.
Na época do crime, Hitalo relatou que foi agredido por Adriana. A irmã Andréia disse que foi uma desculpa usada pelo acusado. “Uma desculpa que ele usou porque ele não tinha desculpa, ele não tinha e arrumou essa daí. Agora quem acredita no que uma pessoa que foi capaz de mentir durante o juiz, perante Deus, disse que ia amar minha irmã até que a morte nos separe, no caso do dela ele foi a morte. Por hoje a gente só quer que seja feita a justiça. Eu não falo só em nome da minha irmã, mas de todas as mulheres que são vítimas de violência doméstica, de feminicídio, de qualquer tipo de agressão, porque hoje em dia não é só agressão física, tem agressão psicológica também”, finaliza.