Exclusivo: Ícaro diz que não frequenta festas e explica confusão no Mercado do Bosque

Após vídeo, MPAC entrou com uma ação na justiça pedindo a volta do engenheiro ao presídio

Em entrevista exclusiva ao ContilNet, nesta terça-feira (2), o engenheiro Ícaro Teixeira Pinto, de 30 anos, falou sobre o vídeo em que aparece envolvido numa briga entre frequentadores do Mercado do Bosque, na manhã da última segunda-feira, 1º de Janeiro. O local é comumente frequentado nas madrugadas de finais de semana por jovens após saírem de festas, as chamadas “baladas” da cidade.

Ícaro afirmou que não agrediu ninguém/Foto: Reprodução/Internet

Ele está condenado desde maio de 2023, pelo atropelamento seguido de morte da comerciária Jonhliane Paiva de Souza, de 30 anos, num acidente na Avenida Antônio da Rocha Viana, na madrugada do feriado de 6 de agosto de 2020, no qual ele foi acusado de dirigir uma BMW em alta velocidade numa suposta corrida de rua, o chamado racha. Pela morte, Ícaro e um amigo foram condenados, em penas diversas, e deveriam cumprir pena em regime domiciliar, após serem condenados  pelo Tribunal do Júri Popular.

Veja mais: MPAC pede que Ícaro Pinto volte para o presídio após envolvimento em briga no Mercado do Bosque

O vídeo sobre a briga no Mercado do Bosque no qual Ícaro Teixeira aparece supostamente envolvido revelaria o não-cumprimento da pena em regime domiciliar, o que ele negou ter violado.  A seguir, os principais trechos da entrevista de Ícaro Teixeira.

O que de fato aconteceu em relação àquele vídeo no Mercado do Bosque? O senhor violou a lei em relação às penas de liberdade condicional de sua condenação?

Ícaro Teixeira – Eu estava no Mercado do Bosque,  tomando café, quando começou uma confusão próxima, na qual uma moça gritava que um rapaz havia passado a mão na bunda dela e em seguida, o cara gritando, chamando-a de puta. E em seguida, começa uma briga, na qual ele dá nela e ela e as amigas vão para cima dele.

MPAC pediu na justiça a volta do engenheiro ao presídio/Foto: cedida

E o que o senhor tem a ver com isso?

Ícaro Teixeira – Nada! Como o vídeo mostra, estava sentado quando sou agredido. Em nenhum momento, eu quis brigar e em nenhum momento agredir alguém. O vídeo mostra pessoas próximas me segurando para evitar me envolver na confusão, mas eu, em momento algum, iria revidar. Eu explique isso às pessoas, e tivemos uma conversa, sem nenhuma alteração. Apenas levanto assustado pela agressão que sofri, algo que qualquer pessoa faria.

Mas sua presença num local de pós-festas, com muita gente alcoolizada, não viola a lei, já que sua condenação o proíbe de frequentar tais lugares?

Ícaro Teixeira – Como o vídeo mostra, ali (naquela hora) era de manhã, aproximadamente 7h30 da manhã. Eu não estava em festa, alcoolizado e não fiz nada que violasse a lei. Sei tudo o que passei e jamais faria algo (que violasse a lei).

E o que o senhor fazia ali naquela hora?

Ícaro Teixeira – Sou engenheiro e, ao contrário de muitos, eu trabalhei na segunda-feira (1º de janeiro), pois estou com obra em atraso para entregar ao meu cliente. E o Mercado do Bosque é um local de comida e não há nenhuma proibição de frequentar tais lugares.

Mas há quem diga tê-lo visto em festas e outros locais da noite de Rio Branco, mesmo com a prisão em regime domiciliar. Isso é verdade?

Ícaro Teixeira – É mentira! Alguns dizem, porém, nunca fato comprovado, até porque não é verdade.

O senhor ainda bebe? Ainda gosta de baladas? Como é viver sem isso, quando se gosta da coisa?

Ícaro Teixeira – Não! Hoje vivo uma vida contida, focada no trabalho que almejo. Minhas prioridades hoje são outras. Não tenho nem mais idade para a noite.

O senhor acha que a morte daquela jovem, que o levou à prisão e à condenação, vai marcá-lo para o resto da vida? Ou seja, o menor problema no cotidiano em que o senhor se envolver levará a sociedade a se lembrar daquela tragédia?

Ícaro Teixeira – Sem dúvidas. Sei que errei. Jamais tiraria essa responsabilidade de mim. Hoje, posso estar no supermercado ou até mesmo na igreja e recebo olhares diferentes, ao contrário de (envolvidos) em outros acidentes. Eu paguei pelo erro cometido, continuo pagando. Sem entrar em detalhes sobre o trabalho da Justiça, mas muitos  casos (de acidentes) não têm o mesmo peso e a mesma medida de como foi tratado o meu acidente. É sim um fato que irá me marcar para o resto da vida! Prova disso é que o vídeo mostra um homem agredindo uma mulher e a matéria (reportagem) toda tendenciosa diz apenas que eu estava envolvido na briga.

O senhor não respondeu como é viver sem as baladas, você que era apontado como uma espécie de playboy da cidade?

Ícaro Teixeira –  Não sinto falta de balada. Só me levou a ter momentos difíceis na minha vida – sofrimento. Hoje, é  algo que não quero para a minha vida. Em relação a ser taxado de playboy, não me vejo dessa forma. Graças a Deus tive uma vida na qual nada me faltou. Meus pais sempre trabalharam muito para pôr comida na mesa, mas não temos uma vida de luxo. Nunca fui playboy. Sempre corri atrás de ter as coisas e não deveria ser visto de forma ruim uma pessoa correr atrás de seus sonhos.

O senhor acha que poderá recomeçar a vida, casar-se,  ter filhos e, enfim, voltar a ser um ser integrado à sociedade apesar da tragédia na qual se envolveu?

Ícaro Teixeira – Tenho tentado. Trabalho, acordo cedo todos os dias para poder ter uma vida tranquila. Acredito  que, com o passar do tempo, essa mágoa, esse ódio das pessoas passem, pois foi uma tragédia, como o senhor mencionou, não foi algo planejado, algo que eu quisesse. Eu queria, sem dúvidas, se pudesse, lá atrás, fazer diferente. Eu faria.

O senhor se arrepende do que aconteceu? Você estava de fato fazendo “pega” na Avenida?

Ícaro Teixeira – Me arrependi, com certeza! Me arrependi de está correndo bastante, mas o fato de fazendo racha, jamais existiu. Mas estamos entrando no assunto do acidente. Prefiro não falar mais sobre o acidente. Estou aqui para falar do fato no Mercado do Bosque, em que me envolveram.

Ok. Mudando de assunto: você está casado? Como vai a vida sentimental?

Ícaro Teixeira – Em relação a isso, prefiro não entrar em detalhes

Para encerrar, o senhor daria algum conselho aos jovens que frequentam a noite e fazem o que o senhor fazia?

Ícaro Teixeira – Prefiro não fazer. Seria hipocrisia da minha parte. Fui uma pessoa que saiu muito na noite e aconselhar alguém sobre tal assunto, não seria razoável.

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