Não há provas de alegações de Israel contra agência palestina da ONU

Investigação conclui que agência da ONU para palestinos, a Unrwa, possui diversas ferramentas para garantir neutralidadeFoi divulgado nesta segunda-feira (22/4) um relatório independente que investigou a alegação de Israel sobre um eventual envolvimento “um número significativo” de funcionários da Agência da Organização das Nações Unidas (ONU) de Assistência aos Refugiados Palestinos, Unrwa, com organizações terroristas. O documento, liderado pela ex-ministra das Relações Exteriores da França, Catherine Colonna, afirma que “Israel não forneceu provas” das acusações. Leia também Israel tem deixado palestinos com fome de forma intencional, diz ONU Países europeus suspendem repasses a órgão da ONU que ajuda palestinos Conflitos mataram 219 palestinos antes da guerra em 2023, aponta ONU Israel ordena que palestinos saiam do norte de Gaza em 24h, diz ONU Garantia da imparcialidade Em suas 54 páginas, a “Revisão independente de mecanismos e procedimentos para garantir a adesão da Unrwa ao princípio humanitário de neutralidade”, concluiu que a agência dispõe de diversas ferramentas para garantir que permanece imparcial no seu trabalho. O texto explica que a Unrwa fornece rotineiramente a Israel listas de funcionários e afirma que desde 2011 “o governo israelense não informou a Unrwa de quaisquer preocupações” relativas a nenhum funcionário indicado. Falando a jornalistas em Genebra, Colonna disse que “o conjunto de regras e os mecanismos e procedimentos em vigor são os mais elaborados dentro do sistema da ONU”, justamente por ser um ambiente tão “complexo e sensível”. Play Video De acordo com a representante, “o que precisa ser melhorado será melhorado”. A ex-ministra disse acreditar que a implementação das medidas presentes no relatório “ajudarão a Unrwa a cumprir o seu mandato”. Principais recomendações O relatório foi produzido com base em mais de 200 entrevistas, reuniões com autoridades israelenses e palestinas e contatos diretos com 47 países e organizações. O texto final inclui um conjunto de 50 recomendações sobre questões que vão desde a educação até novos processos de verificação para recrutamento de pessoal. Dentre as sugestões estão a criação de uma unidade centralizada de investigações de neutralidade, a implementação de um Código de Ética atualizado e ações de formação direcionadas a todo o pessoal. Em uma declaração divulgada também na segunda-feira, o porta-voz da ONU disse que o secretário-geral acolhe as recomendações contidas no relatório produzido por Catherine Colonna. Foto colorida de agente da ONU na Faixa de Gaza - Metrópoles A ONU tem trabalhado na ajuda humanitária aos palestinos que vivem na Faixa de Gaza Ashraf Amra/Anadolu via Getty Images Foto colorida de agente da ONU na Faixa de Gaza - Metrópoles Caminhões entraram em Gaza com ajuda humanitária Ashraf Amra/Anadolu via Getty Images Foto colorida de agente da ONU na Faixa de Gaza - Metrópoles A ONU tem trabalhado na ajuda humanitária aos palestinos que vivem na Faixa de Gaza Ashraf Amra/Anadolu via Getty Images VoltarProgredir11 2 3 Impacto do corte de financiamento De acordo com o documento, as alegações de Israel contra a Unrwa desencadearam a suspensão do financiamento no valor de cerca de US$ 450 milhões. Este corte causou um impacto direto, prejudicando rapidamente a capacidade da Unrwa de continuar o seu trabalho. Operando exclusivamente com base em doações voluntárias, a agência viu grandes doadores, incluindo os Estados Unidos, cancelarem ou suspenderem fundos. Em abril, os Estados Unidos proibiram o financiamento da Unrwa até pelo menos 2025, mas outros doadores prometeram financiamento adicional ou restauraram as suas doações. O novo relatório recomendou aumentar a frequência e reforçar a transparência da comunicação da Unrwa com os doadores sobre a situação financeira e sobre alegações de violações de neutralidade. Neutralidade na educação O grupo de avaliação disse que a Unrwa “tem trabalhado consistentemente para garantir a neutralidade na educação”, uma vez que oferece ensino primário e preparatório a 500 mil alunos em 706 escolas, com 20 mil profissionais da educação. Em Gaza, neste momento todas as crianças estão fora da escola após os ataques que destruíram o sistema educacional do enclave. O relatório afirma que “na ausência de uma solução política entre Israel e os palestinos, a Unrwa continua a ser fundamental no fornecimento de ajuda humanitária vital e de serviços sociais essenciais, particularmente na saúde e na educação, aos refugiados palestinos em Gaza, Jordânia, Líbano, Síria e Cisjordânia”. O grupo independente avalia que a agência é “insubstituível e indispensável para o desenvolvimento humano e econômico dos palestinos”. GO: mulher implorou para que ex parasse agressões antes de ser morta Caso de desaparecimento de casal em Goiás tem reviravolta Nitidez Auditiva Já!|Sponsored by Taboola Brasileiros +50 anos podem ter direito a esse novo aparelho auditivo Veja momento em que câmeras espiãs são encontradas em casa de deputada Vídeo: avião faz pouso forçado em rodovia após pane no interior de SP Discover Criada pela Assembleia Geral em 1949, a Unrwa emprega 30 mil pessoas e atende 5,9 milhões de refugiados palestinos.

Foi divulgado nesta segunda-feira (22/4) um relatório independente que investigou a alegação de Israel sobre um eventual envolvimento “um número significativo” de funcionários da Agência da Organização das Nações Unidas (ONU) de Assistência aos Refugiados Palestinos, Unrwa, com organizações terroristas.

UNRWA

O documento, liderado pela ex-ministra das Relações Exteriores da França, Catherine Colonna, afirma que “Israel não forneceu provas” das acusações.

Garantia da imparcialidade

Em suas 54 páginas, a “Revisão independente de mecanismos e procedimentos para garantir a adesão da Unrwa ao princípio humanitário de neutralidade”, concluiu que a agência dispõe de diversas ferramentas para garantir que permanece imparcial no seu trabalho.

O texto explica que a Unrwa fornece rotineiramente a Israel listas de funcionários e afirma que desde 2011 “o governo israelense não informou a Unrwa de quaisquer preocupações” relativas a nenhum funcionário indicado.

Falando a jornalistas em Genebra, Colonna disse que “o conjunto de regras e os mecanismos e procedimentos em vigor são os mais elaborados dentro do sistema da ONU”, justamente por ser um ambiente tão “complexo e sensível”.

De acordo com a representante, “o que precisa ser melhorado será melhorado”. A ex-ministra disse acreditar que a implementação das medidas presentes no relatório “ajudarão a Unrwa a cumprir o seu mandato”.

Principais recomendações

O relatório foi produzido com base em mais de 200 entrevistas, reuniões com autoridades israelenses e palestinas e contatos diretos com 47 países e organizações. O texto final inclui um conjunto de 50 recomendações sobre questões que vão desde a educação até novos processos de verificação para recrutamento de pessoal.

Dentre as sugestões estão a criação de uma unidade centralizada de investigações de neutralidade, a implementação de um Código de Ética atualizado e ações de formação direcionadas a todo o pessoal.

Impacto do corte de financiamento

De acordo com o documento, as alegações de Israel contra a Unrwa desencadearam a suspensão do financiamento no valor de cerca de US$ 450 milhões.

Este corte causou um impacto direto, prejudicando rapidamente a capacidade da Unrwa de continuar o seu trabalho. Operando exclusivamente com base em doações voluntárias, a agência viu grandes doadores, incluindo os Estados Unidos, cancelarem ou suspenderem fundos. Em abril, os Estados Unidos proibiram o financiamento da Unrwa até pelo menos 2025, mas outros doadores prometeram financiamento adicional ou restauraram as suas doações.

O novo relatório recomendou aumentar a frequência e reforçar a transparência da comunicação da Unrwa com os doadores sobre a situação financeira e sobre alegações de violações de neutralidade.

Neutralidade na educação

O grupo de avaliação disse que a Unrwa “tem trabalhado consistentemente para garantir a neutralidade na educação”, uma vez que oferece ensino primário e preparatório a 500 mil alunos em 706 escolas, com 20 mil profissionais da educação.

Em Gaza, neste momento todas as crianças estão fora da escola após os ataques que destruíram o sistema educacional do enclave.

O relatório afirma que “na ausência de uma solução política entre Israel e os palestinos, a Unrwa continua a ser fundamental no fornecimento de ajuda humanitária vital e de serviços sociais essenciais, particularmente na saúde e na educação, aos refugiados palestinos em Gaza, Jordânia, Líbano, Síria e Cisjordânia”.

O grupo independente avalia que a agência é “insubstituível e indispensável para o desenvolvimento humano e econômico dos palestinos”.

Criada pela Assembleia Geral em 1949, a Unrwa emprega 30 mil pessoas e atende 5,9 milhões de refugiados palestinos.

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